segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Há um mês do Dia Internacional da Síndrome de Down.



Há exatamente um mês do Dia Internacional da Síndrome de Down, comunico que, semanalmente, estaremos publicando textos, artigos, fotos e monografias sobre o tema, como forma de nos engajar à mobilização nacional.
Vale à pena ler o texto "Síndrome de Down é contagiosa", que se segue:

Down Syndrome is Contagious by Wendy Holden.
Traduzido por Manuela Cordeiro, irmã de Izabella (15), do Grupo RJDown.


Síndrome de Down é contagiosa por Wendy Holden

(Obs: em inglês, o termo "contagious" significa, ao mesmo tempo, contagiosoe contagiante, o título é um jogo de palavras da autora) Wendy Holden, Coordenadora dos Pais do County Kittitas, vive em Ellesnburg,WA. Eli, nascida em 30 de dezembro de 2000, é a sua sexta filha.

A síndrome de down é uma desordem genética caracterizada pela triplicação do material genético do 21º cromossomo.

Essa trissomia ocorre com a primeira divisão do zigoto em desenvolvimento e como resultado existe material genético extra presente em cada célula do indivíduo. Recentemente, a ciência descobriu que essa anormalidade celular é altamente contagiosa.

Como resultado, os membros familiares (e mesmo amigos) de indivíduos com síndromede Down freqüentemente se encontram exibindo mudanças dramáticas por conta desse "algo extra" que permeia seus corpos ao nível celular. Essas mudançassão manifestadas das mais diversas formas.

Algo extra no córtex visual resulta em pais que vêem o mundo diferentemente.

Além de ver as coisas de uma forma inteiramente diferente, esses pais também falam que começaram a possuir uma habilidade maior de focalizar no que é importante.

Surgimento espontâneo de lágrimas de felicidade também foram confirmados. A seção do cérebro usada em lógica passa por mudanças dramáticas. Os pais finalmente se encontram capazes de compreender e discutir procedimentos médicos complexos. A habilidade de decifrar longas seqüências de acrônimos aparece quase que imediatamente e não é incomum para pais afetados de recém-nascidos capazes de diferenciar ASD, VSD e PDA . Familiaridade com UTI´s tubinhos, catéteres é outro efeito colateral.

Ao longo do tempo, todo o sistema nervoso é transformado, possibilitando aos pais desenvolverem tarefas previamente consideradas impossíveis. Essas mudanças resultam em indivíduos encontrando coragem para falar em publico, falar para uma turma de estudantes de medicina e ensinar a população sobre condições às quais eles são passionais.

Essas mudanças estão intimamente ligadas com disfunções nas habilidades verbais, o que torna impossível que os pais mordam suas línguas.

Freqüentemente, indivíduos que previamente se consideravam reservados se demonstrarão extrovertidos e eficientes comunicadores. O sistema pulmonar é alterado em uma extensão dramática. Pais reportam terem ficado sem fôlego ao menor sinal.

O sistema cardiovascular desenvolve vulnerabilidades similares e relatos de corações batendo freneticamente e inchando não são incomuns. Uma mãe informou que seu coração pulou uma batida a menos quando seu filho sorriu para ela pela primeira vez. As extremidades também são alteradas. Braços procuram estranhos para ajuda, e em contrapartida, as mãos confortam e nutrem aqueles que necessitam.

As pernas equilibram melhor, permitindo aos pais permanecerem firmes em suas convicções e andar sem titubear, mesmo quando estão carregando um grande peso.

Cientistas estão estupefatos com a abrangência desses sintomas. Igualmente perplexa é a resposta do que tem Síndrome de Downs. Pais prontamente conhecem as mudanças fundamentais neles mesmos, no entanto, quase universalmente declaram uma preferência por seu novo e alterado nível defuncionamento.

"Eu não mudaria nada" é uma frase comum. Aparentemente, apresença de um pequeno "algo extra" melhora as vidas dos indivíduos afortunados o suficiente para serem "infectados" .

Texto original : http://www.riverben/dds.org/index.htm?page= july02.html
Descrição da Imagem: A foto foca o olhar de criança com síndrome de down, de pele, olhos e cabelos claros. Ao fundo, céu azul.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

1º Encontro Etnicidades Brasil



Data: 20 de março de 2009
Hora:das 09 às 17 horas
Local:Auditório Gilberto Mendes/Federação das Indústrias do Estado de Alagoas
Av. Fernandes Lima, 385 – Bairro: Farol Cep: 57055-902. Maceió/AL .

I ENCONTRO ETNICIDADES/BRASIL:
" Brasil e República de Cabo Verde: Laços e Diferenças/Diferenças e Diálogos".
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Coordenação do Evento:
Projeto Raízes de Áfricas – Arísia Barros
Endereço Provisório para Correspondência: Rua Abdon Inojosa Andrade. Nº 85. Quadra: 16
Bairro-Jatiúca- Maceió-Alagoas-Brasil. CEP: 57036-010
E-mails: arisia.barros@ig.com.br negrasnoticias@yahoo.com.br
Cel: (82)8815-5794

Curso Básico de Espiritismo.


No curso básico de Espiritismo você conhecerá a Doutrina Espírita e sua proposta de espiritualização através de exposições dialogadas, debates e vivências.
Entrará em contato com uma vasta literatura que trata dos assuntos referentes as questões que se relacionam com a nossa vida sócio-espiritual.
Será uma oportunidade de discutir assuntos que precisam ser melhor compreendidos, como a morte, a comunicação e sobrevivência dos espíritos, as possíveis causas do sofrimento humano, perdas de entes queridos, a lei do carma, a lei de causa e efeito e outros.
Se o seu desejo realmente é conhecer e aprofundar o conhecimento sobre o Pensamento Espírita, colocando suas dúvidas e debatendo seus pensamentos em grupo, num clima fraternal e enriquecedor, este é o momento e o local.
Início: 05/03/2009
Todas as quintas-feiras, às 20 horas.
Rua Sen. Bernardo Sobrinho, 91Poço - Maceió - AL
Fone 82-3327-7030
Descrição da Imagem: cartaz divulgando o evento, em termos semelhantes às informações transcritas.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Dia Internacional da Síndrome de Down 2009-Inclusão para a Autonomia

Estamos iniciando hoje a divulgação dos evento do Dia Internacional da Síndrome de Down e do aniversário de 50 anos da descoberta da trissomia do cromossomo 21.

Consulte a agenda das atividades já confirmadas em todo o Brasil. Mas outros eventos estão sendo marcados e serão adicionados na divulgação.

Estamos aguardando a programação da sua associação, instituição ou grupo.Não deixe para a última hora, comece a se preparar agora e participe das comemorações na sua cidade e caso não tenha ainda nada marcado, entre em contato com as associações da sua cidade ou fale com a Federação Brasileira das Associações de Sìndrome de Down.

Vamos convidar nossas famílias e amigos e fazer com que todas as comemorações contribuam para a inclusão plena das pessoas com síndrome de down na sociedade.

Se quiser ser nosso parceiro ou apoiar os nossos eventos, entre em contato.

Um abraço.

Claudia Grabois
Presidente da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down
http://fbasd.blogspot.com/
presidentefbasd@gmail.com

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INCLUSÃO PARA A AUTONOMIA

Dia Internacional da Síndrome de Down 2009O
Dia Internacional da Síndrome de Down foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de Março, porque esta data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21.

A primeira comemoração da data foi em 2006 e, nesse ano a comemoração coincide com os 50 anos da descoberta da trissomia do cromossomo 21 pelo Dr Jerome Lejeune.

INCLUSÃO PARA A AUTONOMIA resume para o que trabalhamos, esperamos e devemos oferecer aos nossos filhos, filhas e parentes com Síndrome de Down. Um ano depois da ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, reafirmamos o direito à Inclusão Social plena de todas as pessoas. Inclusão essa garantida pela lei e que deve ser exercida e cumprida pelos governos e por toda a sociedade.

A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down , suas associadas, instituições e grupos parceiros, organizarão uma semana de eventos em todo o Brasil em comemoração a data, aproveitando para difundir ainda mais o conceito de inclusão que leva à autonomia. Inclusão plena de todas pessoas com síndrome de down na sociedade, desde o nascimento e em todos os lugares é o que queremos e estaremos propagando durante essa semana.

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BRASÍLIA

1. A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down-FBASD, convida todas as suas associadas,instituições e famílias, para Sessão Solene na Câmara Federal em Brasília,a se realizar no dia 30 de março de 2009, às 10h.

A FBASD convida a todos para a inaguração do Corredor Cultural, com exposição de arte e cultura e material de divulgação das associações, no dia 30/3,às 18h30m, na sede da Federação em Brasília.

A FBASD convida a todos e todas para participarem dos eventos de seus Estados em comemoração ao dia internacional, convidando amigos e a sociedade em geral. Vamos aproveitar essa data para promover uma festa inclusiva,reunindo pessoas com e sem síndrome de down e brindando à inclusão. Inclua-se e seja bem vindo!

2. Associação DFDown
16/03- 2ª Feira - Exposição de pinturas e fotografias feitas por artistas com síndrome de Down
Local: Museu Nacional e Biblioteca
Nacional - Horário: 19:30h

17/03 - 3ª Feira - exibição do filme do "luto à luta" com debate e elaboração de documento.
Local: Universidade Católica de Brasília
Horário: 09:00h

18/03 - 4ª Feira - Fórum de Discussão - Cromossomo XXI - 50 anos depois
Local: Auditório dois Candangos - UNB - Brasília/DF
Horário: 08:00h às 17h30

19/03 - 5ª Feira - Sessão Solene em comemoração ao Dia Internacional da síndrome de Down e 50 anos da descoberta da trissomia no cromossomo XXI
Local: Câmara Legislativa do Distrito Federal - CLDF
Horário: 19:00h

20/03 - 6ª Feira - Palestra: "Os avanços das pessoas com síndrome de Down" - Dra. Elivra Garcez
Local: Hospital das Forças Armadas - HFA
Horário: 11:00hs

21/03 - Sábado - Caminhada em comemoração ao Dia Internacional da síndrome de Down e aos 50 anos da descoberta da trissomia no Cromossomo XXI
Local: Parque da Cidade - Brasília/DF
Horário: 09:00hs


RIO DE JANEIRO
1. Instituto Meta Social, Sociedade Síndrome de Down, Forum de Inclusão Permanente-UERJ, Grupo RJDown, Projeto Rio Down, Rede Inclusiva, IBDD, Humanitas DH e parceirosCaminhada Inclusiva em comemoração ao dia internacional da Síndrome de Down e aos 50 anos da descoberta da trissomia do cromossomo 21.
INCLUSãO PARA A AUTONOMIA
Praia de Ipanema

Dia 22/3 às 9h
Sessão Solene na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down e aos 50 anos da trissomia do cromossomo 21"Inclusão para a Autonomia"
Apoio:Comissão de Direitos Humanos da ALERJ

24/3 às 18h
Encontro do Forum de Inclusão Permanente em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down na UERJ
Tema:Inclusão para a autonomiaEncontro na secretaria municipal da pessoa com deficiência do Município de Caxias.


BAHIA

4. ITABUNA
Programação do Aprendendo Down (Programa de Educação Continuada da UESC) comemorando o Cinquentenário do Prof. Jerôme Lejeùne e o Dia Mundial pela S. de Down
Dia 16/03 No Auditório Paulo Souto - Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

5. ILHÉUS
17:00h - Boas Vindas - Pro Reitoria de Extensão da UESC
17:15h- - Profa. Celia Kalil Mangabeira - Presidente do Núcleo Aprendendo Down-Conhecendo mais o Prof. Jerôme Lejeùne.
17:30h - Profa Maria Tereza Mantoan: ''Uma Escola das Diferenças e não uma Escola para os Diferentes"
20:00h. Ballet da Academia Corpore - Direção das Profas Dayse Batista e Lidamara Bonfim - Psiquê, A lenda do Amor.
Participação do Aprendendo Down
Crianças: A dança das bailarinas (Símbolo Pureza e Amizade)Adolescentes: Salsa (Alegria e Amizade)
Dia 21/03 - Caminhada pelo Centro. (Itabuna. Ba). Inclusão para Autonomia. Acredite na Trissomia!!


SÃO PAULO
6. Carpe Diem, ADID, Instituto Meta Social, Grupo Happy Down, Associação das Voluntárias do HIDV

Dia 19 de Março - 19h30 - Sessão Comemorativa Dia Internacional da Síndrome de Down Câmara Municipal de São Paulo
Palácio Anchieta - Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista - São Paulo - SP

21 e 22 de Março
SIMPÓSIO DE SÍNDROME DE DOWN: CINQUENTENÁRIO DA TRISSOMIA DO 21 "Inclusão para a Autonomia"
Local: Secretaria do Estado do Direito da Pessoa Deficiente (anexo ao Memorial da América Latina)
Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 – Portão 10 (Antigo bloco Parlatino) – Barra Funda
Informações e Inscrições: www.sindromededown.com.br
Fax para envio das inscrições: (11) 2537-0557

30 de março, às 19h
Sessão Solene na Assembléia Legislativa-ALESP, em comemoração ao Dia Internacional
da Síndrome de Down e aos 50 anos da descoberta da trissomia do cromossomo 21. "Inclusão para a Autonomia".
Av. Pedro Álvares Cabral, 201,às 9hTaboão da Serra - São Paulo
Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência
Palestra em Comemoração ao DIA INTERNACIONAL DA SINDROME DE DOWN, com o Tema "INCLUSÃO PARA A AUTONOMIA," com Fábio Adiron.

20.03.2009 - 14h
Associação dos Deficientes de Taboão da Serra - ADT
Rua Ida Romussi Gasparinete, 126 – Parque Laguna – Taboão da Serra.


FORTALEZA

7. Audiência Pública na Assembléia Legislativa.
Tema: "Inclusão para Autonomia e o Direito das Pessoas com Síndrome de Down ao Ensino Regular nas Escolas Públicas e Privadas"
Data provável: 18/03/2009.
Apresentações de jovens com SD sobre suas experiências escolares; serão convidados o Ministério Público Estadual (Promotoria de Defesa da Educação e Promotoria de Defesa do Idoso e do Portador de Deficiência), Secretaria Estadual de Educação, Secretaria Municipal de Educação, Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará - SINEPE/CE, Associação Cearense de Pequenas e Médias Escolas - ACEPEME, Associação de Educação Católica do Ceará, CEDEF e entidades ligadas às pessoas com deficiência intelectual (Pro-Down, Existir, UniversoDown, MPcD, APAE, Pestallozzi, Instituto Moreira de Souza, Recanto Psicopedagogico, etc.)

Seminário para pais de pessoas com deficiência: "Direitos das Pessoas com Deficiência".
Data provável: 20/03/2009, das 14h às 17h, no Auditório do edifício-sede da ECT
Rua Sen. Alencar, 38 - Centro

Cortejo Inclusivo do Maracatu Solar
Data: 21/03/2009, sábado, saindo às 16h da sede do Maracatu (Av. da Universidade, 2333) e seguindo até a Praça da Gentilândia, na Av. 13 de Maio

Sessão Extraordinária na Câmara dos Vereadores de Fortaleza: Inclusão para a Autonomia.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Está no ar o Boletim Alagoas Inclusiva n.º 5



O Boletim Alagoas Inclusiva n.º 5 já está disponível no site abaixo: http://www.ntm.al.senai.br/alagoasinclusiva


O Boletim é bimestral e pretende divulgar notícias que digam respeito à inclusão social da pessoa com deficiência. Esta iniciativa faz parte do Projeto Alagoas Inclusiva, da Rede de Inclusão Social da Pessoa comDeficiência em Alagoas (Fórum Alagoas Inclusiva), e é coordenado pelo SENAI - Departamento Regional de Alagoas, por meio do Programa SENAI de Ações Inclusivas - PSAI).

No final da página há um link para as edições anteriores.Agradecemos aos que ajudarem a divulgar nosso Boletim, incluindo o link em suas homepages, blogs, intranet, repassar por email etc.

Solicitamos aos que tiverem interesse em receber o Boletim diretamente que envie um email para mailto:ritarita2000@gmail.com, com o assunto "quero receber o Boletim Alagoas Inclusiva", que iremos cadastrar seu endereço em nosso banco de emails.


O Fórum Alagoas Inclusiva agradece.
Descrição da Imagem: banner do Boletim Alagoas Inclusiva. É um retângulo com foto da equipe de basquete da Adefal do lado direito, tudo em azul, e um mão lendo braile, do lado esquerdo em vermelho. Do lado esquerdo há o nome "Alagoas Inclusiva".

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Acessibilidade e cidadania - pelo direito de votar.

Nesta última semana, foi divulgada nas listas virtuais do Movimento Nacional de Inclusão Social da pessoa com deficiência a seguinte informação: que foi publicado pelo Jornal Virtual Diário Comércio Indústria e Serviços (DCI) que a primeira proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada em 2009 (de autoria do Senador Mozarildo Cavalcanti, do PTB-RR), sugere que pessoas com deficiência que tenham dificuldade de locomoção passem a ter direito de decidir pelo exercício ou não do voto em cada eleição.

A PEC n.º 1/09 afronta indiretamente não somente a Constituição Federal, que estabelece a obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do voto para TODAS as pessoas maiores de 18 anos (facultando o exercício desses direitos apenas aos analfabetos, aos maiores de 70 anos e às pessoas que tenham entre 16 e 18 anos), mas também ofendendo diretamente a Novel Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, tratado internacional com força de emenda constitucional, ratificado pelo Brasil em 10.06.2008, e que prevê como um dos seus pilares a capacidade legal assistida da pessoa com deficiência, em hipótese alguma a usurpação de sua autonomia.

Primeira convenção internacional do século XXI, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi homologada pela Assembléia das Organizações das Nações Unidas em 13 de dezembro de 2006, em vigor desde 3 de maio de 2008 (com a vigésima ratificação). No Brasil, que já era signatário da Convenção e do Protocolo desde 30 de março de 2007, foi ratificada por meio do Decreto Legislativo n.º 186, de 10.06.2008, com status de Emenda Constitucional.

Diz a Convenção que caso a pessoa com deficiência necessite de ajuda para exercer sua cidadania, esta deve ser prestada, sim. No entanto, que não se confunda a necessidade de ajuda com incapacidade para o exercício dos atos da vida civil, com usurpação de sua cidadania ou aviltamento de sua dignidade.

A Convenção valoriza sobremaneira a autonomia, a autodeterminação e a capacidade legal assistida das pessoas com deficiência, preocupando-se em garantir os meios para que lhe seja possível o exercício da cidadania sem percalços, com a supressão de barreiras arquitetônicas, de comunicação e atitudinais para que possa haver um pleno acesso a bens, serviços e direitos.

Uma outra novidade é que ela considera responsável pela falta de acessibilidade e das condições necessárias ao exercício da cidadania pela pessoa com deficiência a própria sociedade, por meio da escolha de seus dirigentes, e por silenciarem perante a não adoção de medidas que proporcionem a plena inclusão.

Não seria diferente com a questão eleitoral. Não promover acessibilidade nos locais de votação consiste em proibir, por linhas transversas, as pessoas com mobilidade reduzida de votarem, escolhendo seus dirigentes e representantes.

Muito embora a PEC preveja que as pessoas com deficiência que tenham dificuldade de votar em razão da idade e da escolaridade é que irão julgar se as barreiras para o exercício de seu direito de votar são de tal monta que não podem ser superados, sabemos que este é um retrocesso no exercício da cidadania por parte das pessoas com deficiência. No final das contas, tal projeto só contribui para que mais se protele a adoção de soluções em acessibilidade.

Pelo teor da PEC, detalhes, como a definição precisa de quais dificuldades de locomoção serão relevantes, devem ficar a cargo de legislação ordinária ou de regulamentação a ser produzida pela Justiça Eleitoral. Isso em muito preocupa o Movimento de Inclusão Social da Pessoa com Deficiência. A se utilizar como exemplo a regulamentação da importante Lei n.º 7.853/89 (que dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência -Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências), cujo decreto regulamentador só veio em 20.12.99 (Decreto n.º 3.298/99), o que se receia é que anos se passem com essa matéria sem regulamentação. E enquanto isso, por certo, o Poder Público continuará se omitindo a proporcionar acessibilidade nos locais de votação.

Infelizmente, a PEC só contribui para delongar a obrigatoriedade que recai sobre o próprio poder público em promover acessibilidade.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ano após ano, o dinheiro do PIS não é sacado por falta de conhecimento do Programa.

Segundo notícia veiculada pelo G1, ontem, 4, mais de 700 mil trabalhadores ainda não sacaram o PIS, informa Caixa.

Para retirar o benefício neste ano de 2009, o trabalhador tem que acessá-lo até o dia 30 de junho.

O valor do benefício é de R$ 465 está disponível nas agências da Caixa e lotéricas, podendo ser sacado com o Cartão Cidadão. Quem não tem o cartão deve procurar as agências da Caixa.

Segundo o G1, há 724 mil trabalhadores com direito ao abono do PIS, no atual calendário, que ainda não retiraram o dinheiro. Os valores já pagos, segundo a Caixa, somam R$ 5,08 bilhões, e o total de beneficiários é superior a 12,5 milhões.

O total de benefícios ainda não retirados, segundo a instituição, representa 5,47% da quantidade de pessoas que têm direito ao benefício. Pela matéria, nas grandes capitais, o índice de benefícios aguardando serem sacados por seus titulares é melhor. Não somente por possuírem melhores salários (só saca o PIS quem recebe até dois salários mínimos), mas também em razão do grau de esclarecimento dos trabalhadores.

O dinheiro que não for retirado é encaminhado ao FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Tem direito a receber o PIS quem trabalhou com carteira assinada por pelo menos 30 dias do ano de 2007, recebendo no máximo dois salários mínimos mensais. A pessoa também precisa ter sido cadastrada no PIS pelo menos desde 2003.

O G1 alerta algo importante: para garantir o recebimento do abono é essencial que a empresa na qual o trabalhador atuou tenha informado corretamente seus dados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do ano-base 2007. Caso isso não tenha ocorrido, o trabalhador não pode ficar no prejuízo. Se a empresa não concordar em rever sua conduta amigavelmente, há sempre a via do ajuizamento de reclamação trabalhista, onde deve pleitear, contra a empresa, o recebimento de indenização pelo não recebimento do PIS, em razão de sua omissão.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Cartilha sobre a nova Lei de Estágio disponível para download

Descrição: jovem consertando computador em bancada de trabalho.

Cartilha desenvolvida e disponibilizada para download pelo Ministério do Trabalho e Emprego, sobre a nova legislação para estágios.
Acesse o link
O material parece estar em pdf acessível.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

2 de fevereiro: Dia de Combate à Intolerância Religiosa.



Júlio César Andrade*

Rita Mendonça**


2 de fevereiro: Dia de Combate à Intolerância Religiosa em Alagoas

Em dezembro de 2007 foi sancionada, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei nº 11.635, que oficializou a data 21 de janeiro como sendo o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, um marco no avanço da luta por uma verdadeira liberdade religiosa no Brasil.

Tomando como exemplo este feito, em Alagoas, berço de grande parte da história negra brasileira, o dia 02 de fevereiro passou a ser o Dia Estadual de Combate à Intolerância Religiosa, abrangendo para todo o Estado o que já era comemorado na capital, Maceió, como sendo o Dia Municipal de Intolerância Religiosa.

Também como o ocorrido na escolha do dia 21 de janeiro, o dia 02 de fevereiro, coincidentemente dia de Iemanjá, tem, para os alagoanos, um grande apelo histórico devido a um fato, ocorrido em 1912, que tinge de vermelho as mãos daqueles que exercem o poder através da força, em nosso Estado: o “Quebra de Xangô”.

Após 97 anos do "Dia do Quebra" ou “Quebra de Xangô”, Alagoas ainda tenta se redimir com aqueles que sofreram uma violência descomunal pelo fato de possuírem uma crença diferenciada da maioria da população da época, vitimados por uma política vil e ardilosa, apoiada por aqueles que nunca se deram ao trabalho de conhecer, antes de criticar e combater.

Uma crença que chegou com os negros trazidos à força de seus locais de origem, apartados de suas famílias, línguas e credos, e que em um momento da história do país, chegaram a ser dois terços da população brasileira. Mesmo sendo maioria, sua religiosidade teve que ser disfarçada, para não ser extinta. Porém, como quase tudo que se refere ao povo negro, esta também resistiu ao açoite, pois quem tem pureza na alma, a exemplo de Tia Marcelina, consegue sobrepujar as mais terríveis dificuldades, sabendo que a justiça, mesmo tardiamente, se fará presente.

Quase 100 anos ainda não foi suficiente para a sociedade alagoana aceitar e conviver harmoniosamente com as religiões de matrizes africanas. Mas a amabilidade, o sorriso no rosto e a ginga do corpo deste povo guerreiro não se apagarão jamais. E sua religiosidade tem um lugar garantido na história deste Estado: um lugar, evidentemente, feliz e perfumado. Xangô é Rei! Xangô é justiça!

Sacerdócios infelizes existem em todas as religiões. Estes devem banidos, pois não retratam a essência das religiões que seus líderes decidiram propagar. As palavras aqui escritas para as religiões de matrizes africanas alagoanas, devido ao dia 2 de fevereiro de 1912, devem ser estendidas para as outras religiões e às particularidades de suas histórias, afinal tratamos de combate à intolerância religiosa e não da defesa de uma determinada religião em detrimento das demais.

Uma das fontes inspiradoras para a elaboração deste artigo surgiu da leitura da seguinte matéria publicada no dia 2 de fevereiro de 2009, no Jornal Alagoano Primeira Edição:

Estado celebra oficialmente o combate ao preconceito religioso
O governo do Estado comemora, nesta segunda-feira, pela primeira vez em Alagoas, o Dia de Combate à Intolerância Religiosa, com a realização de um culto ecumênico nos jardins do Palácio República dos Palmares, às 12h. O evento contará com a presença de representantes das religiões católica, espírita, evangélica e de matriz africana.
Na ocasião, representantes de algumas das religiões com mais adeptos em Alagoas poderão pregar a importância do diálogo entre as religiões para a busca da paz entre os povos. O representante da Igreja Católica será o capelão católico da Polícia Militar (PM), padre Epitácio; representando os evangélicos, estará presente o capelão evangélico da PM, pastor Nogueira. E ainda Ricardo Santos, líder da comunidade Espírita; e a yalorixá Mãe Miriam, representando as religiões de Matriz Africana.
A data foi incluída no calendário civil do Estado para efeitos de comemoração oficial através de uma lei, assinada pelo governador Teotonio Vilela Filho, e publicada no Diário Oficial do último dia 19. O secretário Chefe do Gabinete Civil, Álvaro Machado, ressaltou a importância de priorizar o diálogo e as relações democráticas em qualquer situação. "Nosso Estado é laico, devemos cultivar a liberdade de crenças e a disseminação do bem na sociedade, a lei apenas confirma a postura do governo de estabelecer ações conciliadoras", concluiu.
Mobilização - A programação organizada nesta segunda-feira (2), pelo Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-té, federações e o movimento das casas de axé, em comemoração ao Dia de Combate à Intolerância Religiosa, tem o apoio da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos. A partir das 16h, a Federação Zeladora dos Cultos prestará homenagem aos Babalorixás e Yalorixás, no Instituto Histórico de Alagoas. As mães de santo Celina, Miriam e Dalva, e o pai Maciel terão seus nomes colocados em uma placa no local, onde já existem os nomes da Mãe Netinha e tia Marcelina.
De acordo com a gerente do Núcleo Afroquilombola da secretaria, Elis Lopes, além de a iniciativa lembrar a Quebra de Xangô, que aconteceu em Alagoas no dia 2 de fevereiro de 1912, com invasões, agressões, destruições de terreiros de Maceió e mortes, a homenagem visa enriquecer a coleção Perseverança, que existe no Instituto Histórico com os resquícios do Quebra de Xangô.
Às 17h, haverá o ato "Xangô Rezado Alto - Fomento a integração das casas de axé", na praça 13 de Maio, no Poço, onde já existe uma estátua de Mãe Preta no local. Velas serão acesas simbolizando pedido de paz e de intolerância religiosa. Em seguida, haverá um cortejo afrorreligioso pelas ruas de Maceió, contrapondo-se ao ocorrido em 2 de fevereiro de 1912.
A programação terá continuidade na praça Sinimbu, com ato religioso onde serão entregues flores em memória a todos que sofreram com o "Quebra de 1912", atividades culturais Afoxé Odô Iyá, Orquestra de Tambores, Omim Morewá, Maracatu Baque Alagoano e a solenidade oficial em alusão à data.
O culto pretende incentivar o diálogo democrático entre as religiões e combater as mais variadas e disfarçadas formas de preconceito.
Fonte:
http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=alagoas&cod=7466


Outra fonte importantíssima, principalmente para aqueles que se preocupam com a seriedade de um texto submetido à avaliação de uma banca acadêmica, é a tese "Xangô rezado baixo: um estudo da perseguição aos terreiros de Alagoas em 1912", que deu o título de Doutor em Sociologia e Antropologia a Ulisses Rafael, pela UFRJ, e que é, sem dúvida, uma das maiores referências sobre o tema. O “Quebra de Xangô” e suas conseqüências para a formação da sociedade alagoana são abordados neste documento com a propriedade de quem pesquisou profunda e seriamente este trágico momento de nossa história. O link que dá acesso à tese, com quase trezentas páginas de valiosas informações, se encontra em pdf acessível:
http://www.ifcs.ufrj.br/~ppgsa/doutorado/Texto_completo_46.PRN.pdf

Segundo o autor, "Na Alagoas de 1912, verificar-se-ia um dos episódios mais violentos de que se tem notícia na história dos chamados cultos afro-brasileiros, no caso, a "operação xangô", como ficou também conhecido o quebra-quebra liderado por integrantes da Liga dos Republicanos Combatentes, associação civil de caráter miliciano, e que implicou na destruição das principais casas de culto da capital e de municípios circunvizinhos. O mote inicial da campanha, foram as suspeitas de que entre o Governador Euclides Malta e aquelas casas de culto existia um estreito relacionamento, de modo que depois da deposição daquele político, que já se mantinha no poder por quase doze anos, a ira da população se voltou contra os terreiros, que foram temporariamente calados, com seus representantes mortos, feridos ou obrigados a transferir suas atividades para outros Estados, dando razão para que na seqüência dessa destruição surgisse uma modalidade exclusiva de culto: o"xangô rezado baixo".

O Dia de Combate à Intolerância Religiosa em Alagoas é um grande passo para a aceitação da pluralidade de religiões aqui existente; mas que ele seja também o início de uma conscientização para a auto-afirmação dos negros alagoanos e de seus descendentes, bem como da visibilidade da cultura negra, de um modo geral, em um Estado historicamente lembrado pela resistência deste povo guerreiro.

p.s. Fortalecendo ainda mais o combate aos diversos tipos de discriminação, atualmente, em Alagoas, as denúncias de discriminação podem ser encaminhadas ao Fórum Alagoas Inclusiva, de combate à discriminação de grupos em desvantagem (pessoas com deficiência, afrodescendentes, mulheres, idosos, jovens no primeiro emprego, egressos do sistema prisional, não-heterossexuais, gestantes, obesos, índios, entre outros). O Fórum é uma reunião de órgãos e entidades que tem como compromisso o combate à discriminação em todas as suas formas, principalmente nas oportunidades de trabalho. Atualmente, a Coordenação do Fórum está sob a titularidade do Ministério Público do Trabalho, na pessoa da Procuradora do Trabalho Virgínia Ferreira. Denúncias pode ser feitas pelo telefone (82) 2123-7900 e pelo site do MPT (http://www.prt19.mpt.gov.br/) ou pelo site do Próprio Fórum Alagoas Inclusiva (http://www.alagoasinclusiva.org.br/).

Descrição da foto: quatro lindas mulheres com roupas africanas, adornadas com turbantes e colares. São todas líderes do Movimento Afroalagoano, e na ocasião conduziam cortejo pelas ruas do subúrbio de Maceió, na semana alagoana de Reflexão pelos 120 anos de abolição da escravatura. É noite.

* é Farmacêutico, Pesquisador, Servidor Público, Católico e batuqueiro do Maracatu Baque Alagoano.

** é Advogada, Consultora e Pesquisadora em Inclusão Social e Direitos Humanos, Servidora Pública, tem formação Católica mas não é praticante. Também batuqueira do Maracatu Baque Alagoano.

Fonte: http://www.umdireitoquerespeite.blogspot.com/ e http://www.maracatubaquealagoano.blogspot.com/

Descrição da foto: quatro lindas mulheres com roupas africanas, a ornadas com turbantes e colares. São todas líderes do Movimento Afroalagoano, e na ocasião conduziam cortejo pelas ruas do subúrbio de Maceió, na semana alagoana de Reflexão pelos 120 anos de abolição da escravatura. É noite.

1ª Reunião Plenária do Fórum Alagoas Inclusiva em 2009.


Assunto: planejamento das atividades de 2009 do Fórum Alagoas Inclusiva.

Data: 12/02/2009, às 9h.

Local: Sede do Ministério Público do Trabalho em Alagoas - Procuradoria Regional do Trabalho da 19ª Região/AL
Rua Prof. Lourenço Peixoto, Q 36, n.º 90, Lot. Stella Maris, Jatiúca.

Referência: pela Rua Dona Constaça (a rua do Posto de Benefícios do INSS), a Procuradoria fica em frente ao Shopping Iguatemi, em frente ao local onde antes ficava o Supermercado Bompreço e hoje estão construindo as novas salas de cinema do Shopping, no mesmo quarteirão do Jornal Primeira Edição.

Fone: 82 2123-7900.

A reunião é aberta a qualquer interessado. Qualquer interessado poderá enviar contribuições para a construção do planejamento 2009.
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Descrição da imagem: logomarca do projeto. Ilustração com a forma geográfica do estado, utilizando as cores da bandeira de Alagoas (vermelho azul e branco). Cada pictograma é de uma dessas cores, e os três se abraçam formando o estado.
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Sobre o Fórum Alagoas Inclusiva

O ano de 2008 foi especial para o Movimento de Inclusão Social em Alagoas.

Os órgãos e entidades se articularam e instituíram o Fórum Alagoas Inclusiva, de combate à discriminação.

Desde 1999 a Rede de Inclusão Social em Alagoas se articulava sob a denominação Núcleo de Combate às Desigualdades nas Oportunidades de Trabalho – NCDOT, e trabalharam, primeiramente, acolhidas pelo Ministério Público do Trabalho e, em seguida, pelo Ministério do Trabalho e Emprego em Alagoas. Este ano, por decisão unânime de seus integrantes o grupo de trabalho foi transformado em Fórum, o que lhe conferiu mais autonomia, amplitude de temas abordados e maior número de participantes.

A solenidade de instalação do Fórum Alagoas Inclusiva, com assinatura do Termo de Parceria por seus integrantes, ocorreu no dia 10/12/2008, às 15h, no auditório do Tribunal Regional do Trabalho em Alagoas.

Na ocasião, foram lançados os veículos de inclusão resultados do Projeto Alagoas Inclusiva, que foram construídos durante todo o ano de 2008. São eles: a) o site Alagoas Inclusiva (www.alagoasinclusiva.org.br), que além de informar e agregar a rede de inclusão em Alagoas, pretende disponibilizar um banco de currículos de pessoas com deficiência qualificadas. Bem assim, de empresas inclusiva e das vagas que dispõem, com isso, proporcionando mais autonomia para as pessoas com deficiência. O site pretende, ainda, manter um escritório jurídico virtual para atendimento específico sobre assuntos e leis que tratam da inclusão da pessoa com deficiência; b) o Guia Alagoas Inclusiva, para empregadores e profissionais de recursos humanos, que pretende contribuir para a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. Por meio de perguntas e respostas o Guia trata das questões mais polêmicas, que dificultam a contratação da pessoa com deficiência, o que ocorre em razão do desconhecimento das leis. O Guia será distribuído no dia do evento em versão impressa, e também pode ser baixado pelo site Alagoas Inclusiva, em pdf ou txt. O Guia Alagoas Inclusiva teve a pesquisa jurídico realizada por Rita Mendonça e a revisão de Romeu Sassaki.

O site do Alagoas Inclusiva é www.alagoasinclusiva.org.br

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Xangô rezado baixo. Tese disponível para download

Descrição: foto em que só aparece o tórax de negra vestida com longas roupas tradicionais.
Ela aparenta certa idade, e está adornada com diversos colares, pulseiras e anéis.
Em suas mãos contas ritualísticas com as quais reza.

O Governo do Estado de Alagoas institui o Dia Estadual de Combate à Intolerância Religiosa por decreto publicado na edição do Diário Oficial do Estado do dia 19 de janeiro passado.


O dia 2 de fevereiro, que já era o Dia Municipal, na capital, de Combate à Intolerância Religiosa, passou a ser, também, o Dia Estadual. O dia nacional de Combate à Intolerância Religiosa é 21 de janeiro e foi sancionada pelo presidente Lula em dezembro de 2007.

O dia não podia ser melhor escolhido, pois é o Dia de Iemanjá, Rainha das Águas, e o Dia do Quebra de Xangô (vergonhoso e violento espisódio ocorrido em 1912 em Maceió).


Quem tiver interesse em conhecer melhor o que foi o Quebra de Xangô acessem o link abaixo, em pdf aparentemente acessível, pois permite copiar e colar nos editores de texto. A tese "Xangô rezado baixo: um estudo da perseguição aos terreiros de Alagoas 1912", é de Ulisses Rafael, Doutor em Sociologia e Antropologia pela UFRJ e sem dúvida uma das maiores referências sobre o tema.


Segundo o autor, "Na Alagoas de 1912, verificar-se-ia um dos episódios mais violentos de que se tem notícia na história dos chamados cultos afro-brasileiros, no caso, a “operação xangô”, como ficou também conhecido o quebra-quebra liderado por integrantes da Liga dos Republicanos Combatentes, associação civil de caráter miliciano, e que implicou na destruição das principais casas de culto da capital e de municípios circunvizinhos.


O mote inicial da campanha, foram as suspeitas de que entre o Governador Euclides Malta e aquelas casas de culto existia um estreito relacionamento, de modo que depois da deposição daquele político, que já se mantinha no poder por quase doze anos, a ira da população se voltou contra os terreiros, que foram temporariamente calados, dando razão para que na seqüência dessa destruição surgisse uma modalidade exclusiva de culto: o“xangô rezado baixo”.

Segue o link da Tese que trata do assunto, com quase trezentas páginas.



Uma boa leitura!


Ato Público de Combate à Intolerância Religiosa em Maceió

Descrição: E-fly do Ato Público Xangô Rezado Alto. Todo em branco e preto. Do lado direito, desenho de um homem que toca dois tambores (djambês) e a sua frente um outro, de joelhos e lançado ao solo, com uma das mãos para o alto, com a qual segura uma vela. Ambos com vestes utilizadas em cerimônias das religiões africanas. Do lado esquerdo, segue o texto de convite para o ato, que será realizado no dia 2 de fevereiro, às 17h, saindo da praça 13 de Maio e seguindo em cortejo em direção à Praça Sinimbu, em Maceió. Qualquer pessoa que levar seu instrumento poderá participar do ato, junto com os afoxés, a orquestra de tambores e o maracatu Baque Alagoano, o qual eu integro.

Com medo de sofrer preconceito, praticantes do candomblé não revelam a crença no emprego

Descrição: tórax de um homem negro, vestigo em camisa branca,
com diversos e coloriodos colares de contas no pescoço.

Já que amanhã, dia 2 de fevereiro, é Dia de Iemanjá (em Maceió, Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa. Em Alagoas, Dia Estadual de Combate à Intolerância Religiosa).
Em Maceió o dia também é conhecido como o Quebra de Xangô. Neste dia, por ordem de autoridades locais todos os locais de culto às religiões de matriz africana (conhecidos em Alagoas como Xangôs) foram invadidos, saqueados, seus objetos sagrados destruídos e expostos pelas ruas da cidade. Os Pais e Mães de Santo foram agregidos publicamente, humilhados e até assassinados.
Segue o texto para que possamos refletir um pouco sobre nós mesmos, o do que tudo isso significou para a construção de nossa sociedade.
Lembrando que somos frutos de séculos de uma educação formal e familiar que sempre nos ensinou que somente os brancos tinham direitos humanos. Muitas vezes discriminamos sem perceber. Não somos essencialmente maus, por isso. Passamos a ser maus quando tomamos consciência desses padrões equivocados e ainda assim os alimentamos em nós e nas pessoas com as quais convivemos.
Porque acima de qualquer característica visível, todos nós temos Direitos e Desejos Humanos!
Segue a matéria:
O preconceito que deixa marcas profundas nas crianças do candomblé durante sua vida escolar acompanha os praticantes da religião no mercado de trabalho. Invisíveis nos processos de seleção, muitos se declaram "católicos" na hora de traçar seu perfil em entrevistas de emprego. Ou não declaram crença religiosa com medo da discriminação.
O técnico em telecomunicações João (nome fictício), de 30 anos, trabalha em uma grande empresa de telefonia celular. Ele é um pai-de-santo da nação ketu, mas, no trabalho, todos pensam que é católico.
- É triste porque você nunca pode dizer quem é. Tenho medo porque o preconceito é uma arma. Se descobrem que sou um sacerdote de religião afro, vão pensar que sou do mal - desabafa João.
Quem foi "descoberto" sabe o preço da revelação religiosa. A doméstica Sandra Maria da Cruz, de 36 anos, foi dispensada em março após cinco anos de trabalho na casa de uma família de italianos. No dia anterior à demissão, ela conta que o patrão a viu com suas roupas afro, obrigatória para quem cumpre sua "obrigação de sete anos", período de retiro espiritual, que corresponde à maturidade religiosa no candomblé.
- Meu patrão estava de férias, mas a casa é monitorada por câmeras da Itália. Ele já tinha me dito que "não gostava de macumba". Quando voltou para o Brasil, me viu com a roupa da minha obrigação de sete anos, e levou um susto. E me demitiu no dia seguinte. Depois disso, nem pude entrar no prédio - conta Sandra Maria, hoje a mãe-de-santo Mameto Monalumpanzo, que quer dizer "mulher de Xangô em nação Angola".
Sonhos adiados
Por causa do desemprego, ela teve que fechar sua casa, em Belford Roxo, onde sonha instalar seu barracão, no futuro. E deixar sua filha com a madrinha para morar em uma quitinete improvisada, em Campo Grande. Hoje, vive de bicos e sonha em reestruturar sua vida: "Ninguém dá emprego a quem está de preceito no candomblé, só se pertencer à religião. É injusto porque somos iguais, trabalhamos igual a qualquer um e somos capazes", encerra.
Vítimas aprendem a denunciarA história de Sandra é a mesma de tantas vítimas de preconceito religioso. Um roteiro comum que mistura mágoa, indignação e a total falta de informações sobre como lutar por seus direitos. Para Carlos Nicodemos, coordenador jurídico de atendimento às vítimas assistidas pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, nunca houve no Brasil estruturas preparadas para proteger e defender quem sofreu algum crime contra a liberdade de crença.
- Não há uma política de controle de violação de Direitos Humanos por intolerância religiosa. Agora, o poder público começa a pensar, mas por causa de um movimento criado pela sociedade civil - diz o advogado, organizador-executivo da ONG Projeto Legal.
Como denunciar
De acordo com a ouvidoria da secretaria estadual de Assistência Social, no segundo semestre de 2008, foram registradas 150 denúncias sobre preconceito religioso.
O Disque Intolerância Religiosa da secretaria (2531-9757) dá informações às vítimas de intolerância e também presta assistência.
Fonte: Jornal Extra, do Rio, transcrito pelo Blog do Coletivo de Entidades Negras - CEN.
Em Alagoas, denúncias de discriminação podem ser encaminhadas ao Fórum Alagoas Inclusiva, de combate à discriminação de grupos em desvantagem. O Fórum é uma reunião de órgãos e entidades que tem como compromisso o combate à disciminação. Atualmente, a Coordenação do Fórum está sob a titularidade do Ministério Público do Trabalho, na pessoa da Procuradora do Trabalho Virgínia Ferreira. Denúncias pode ser feitas pelo telefone (82) 2123-7900 e pelo site do MPT (www.prt19.mpt.gov.br).
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