domingo, 16 de novembro de 2014

A humanidade tem jeito?

Numa escola particular e tradicional do bairro do Farol, em Maceió - AL- cujo nome iremos omitir por questões éticas, mas que a vontade é mencionar - um estudante do 3° ano do ensino médio explodiu uma bomba dentro de uma caixa de papelão com uma ninhada de gatos.

Um dos gatos foi despedaçado e teve morte instantânea. Outro filhote perdeu duas patas e teve traumatismo craniano, após receber cuidados veterinários precisou ser sacrificado. O terceiro gato precisou passar por cirurgia e seu estado de saúde é grave. 

A escola optou não expulsar o aluno porque o fim do ano está chegando e ele já está no último ano.

Os pais do aluno, indagados pela imprensa (portal Alagoas 24hs), disseram que não foi nada premeditado e que não houve intenção de matar.  

O artefato explosivo, típico de festejos juninos foi detonado dentro de uma escola.   Detalhe: estamos no mês de novembro, bem longe do São João.  Nem mesmo a alegação de tradição e que foi para se divertir cabe.

E temos que convir que o pátio de uma escola não é bem um local apropriado para soltar uma bomba cuja capacidade despedaçou um animal de pequeno porte (poderia ter sido a mão de um outro aluno).

Então, se não houve a intenção de matar, qual era a intenção afinal!?

Dá vontade de culpar o pai.  Mas sabemos que a equação não é tão simples e que ele sozinho não define esse resultado.  Nós todos somos um.  Esses são os valores que ainda que por omissão estamos alimentando em nossa sociedade coletivamente.

A sensação de impunidade, a adoração do ganho fácil, o status que tem os amigos do rei... é por aí que estamos pautando a nossa atual definição de felicidade.

Eu não sou um modelo exemplar de mãe. De quando em vez tropeço em situações que nunca pensei e imaginar e das quais custo a sair nessa aventura que é educar.

Me preocupa que esse seja o futuro de nosso país.  E que pela pressa do dia a dia a gente esteja interferindo pouco para que algo de fato mude.

Sem exemplo a educação não acontece.  

Proteger e não permitir que o filho pague pelo que fez. "porque no fundo é um menino bom", será que é a melhor medida de nossa parte?

Em tempos de ressaca de eleição a gente fica tentando destilar a culpa apontando o dedo para os políticos e para as grandes corporações em tudo que acontece.

Mas tem coisinha menor, do dia a dia, que não tem como culpá-los.  A culpa é nossa.  

E o mal que nos condena como humanidade somos nós mesmos, pois é de nossa sociedade que saem as cabeças que passam a nos conduzir como grupo social.  É das nossas casas e escolas que saem os grande nomes da humanidade, e também suas mazelas.

A cirurgia do gatinho que ainda vive custou R$ 590 e o valor foi arrecadado pelos alunos.  Um deles inclusive adotou o animal.

São gestos assim que ainda nos deixam um fio de esperança de que a humanidade tem jeito, embora isso pareça cada vez mais utópico...
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