Nas conversas depois das reuniões da Associação dos Folguedos Populares de Alagoas (Asfopal), o folclorista Ranilson França costumava comentar a vontade de transformar a vida dos mestres da cultura popular em livro.
Antes de morrer, em agosto de 2006, ele chegou a fazer algumas entrevistas. Escreveu tudo num caderno e guardou. Há dois anos, Josefina Novaes decidiu resgatar e dar continuidade ao antigo projeto do amigo e companheiro de trabalho. Tarefa que classificou como “mais prazerosa do que trabalhosa”.
O resultado da empreitada está registrado no livro 'Asfopal – 25 anos Brincando Sério'. O lançamento ocorreu na última terça-feira, 28, às 19h, durante as apresentações de guerreiro e pastoril nos jardins do Museu Palácio Floriano Peixoto, na praça dos Martírios, Centro.
“Apenas comecei a anotar as histórias que sempre ouvia dos mestres e brincantes que vivenciam a Asfopal. São lindos relatos de amor a cultura popular e sabedoria para enfrentar as dificuldades imposta pela vida. Não tenho dúvida que a história de cada um deles renderia um belo livro”, conta Josefina Moraes.
Ela está no comando da Asfopal desde a morte do homem responsável pela sua criação, em 27 de dezembro de 1985. Também parece ter herdado de Ranilson França a mesma simpatia no trato e a tranquilidade para negociar com a iniciativa privada e os gestores públicos apoio para os artistas populares.
Não à toa, homens e mulheres de várias idades atenderam ao chamado dela para contar, em detalhes, o caminho artístico percorrido. Cada relato se transformou em biografias resumidas com foto e informações que marcam a trajetória dos grupos de folguedos.
Nesse sentido, o livro se torna o maior e mais atualizado painel das pessoas responsáveis pela perpetuação da cultura popular de Alagoas. “Eles chegavam mais cedo no dia das reuniões para conversar comigo. Mesmo com as histórias resumidas, todos têm lugar garantindo no livro”, garante Josefina, que dedicou a primeira página das biografias ao mestre Ranilson. “Todos na Asfopal setem muita falta dele. Ainda nos sentimos órfãos sem sua presença”.
Além das prosas com os mestres, Josefina consultou a própria memória e as atas das reuniões para selecionar as ações mais marcantes de cada um dos 25 anos de atividades da Asfopal. Trabalho não muito difícil para ela, uma vez que esteve presente na maior partes dos encontros. “Muitos acontecimentos importantes não estavam na ata, mas lembrei e inclui no livro”.
'Asfopal – 25 anos Brincando Sério' ainda traz uma preciosa galeria de fotos da fazer cultura popular em chão alagoano, com destaque para as da lendária mestra de guerreiro Joana Gajuru.
Fonte: Alagoas em Tempo Real
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