Os números são secos, mórbidos e assustadores. Eles não deixam dúvidas da gravidade de um problema sem precedentes na história de Alagoas. Poucas tragédias podem causar tanto prejuízo para o futuro do Estado e a dignidade dos alagoanos, quanto o alarmante crescimento de jovens assassinados.
No relatório do Mapa da Violência 2010, do Instituto Sangari, Alagoas aparece como o estado campeão de mortes violentas no país. O estudo revela situação preocupante: de 1997 a 2007, o número de homicídios aumentou 186%. Se comparado ao resto do Brasil, o cenário é estarrecedor: nos outros estados o crescimento foi de 17, 8%.
A situação fica ainda pior quando analisados os números de jovens entre 19 e 25 anos mortos nas capitais brasileiras. Maceió, deixa claro a pesquisa, é a assassina mais impiedosa e voraz. São 214, 8 mortes por cada 100 mil habitantes. Esse número cai pela metade em Salvador e Fortaleza. E não é só. Arapiraca aparece na segunda colocação do ranking, com média de 206 assassinatos de jovens por cada 100 mil habitantes.
A Secretária de Defesa Social do Estado afirma que 90% dos crimes derivam do envolvimento com o tráfico de drogas. Para combater o complexo problema, os gestores públicos miram na repressão e alardeiam a convocação de novos policiais, compra de armas, viaturas e câmeras de monitoramento.
Mas, na corrente contrária da simples punição, um pequeno grupo de heróis anônimos usam duas armas eficazes contra a violência em lugares carentes, onde as ações do Estado são inexpressivas: a educação e a cultura.
Há anos eles trabalham duro e não ganham nada para desviar crianças, jovens e adultos da forte teia dos traficantes e assassinos. Exemplos estão espalhados pelo chão alagoano. O Tudo na Hora foi ver de perto algumas dessas iniciativas e revela como se processa essa revolução silenciosa, que tem salvado da morte centenas de jovens e livrado suas famílias da dor.
Fonte: Alagoas em Tempo Real
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