terça-feira, 24 de agosto de 2010

"Tudo pode dar certo"

Na noite de domingo assisti "Tudo pode dar certo", de Woody Allen.

Bia foi comigo, para sua primeira experiência com Allen.

Recomendo. Tirando por outros filmes de Allen, este é bem 'normal'. Mas por ser "Allen", é claro que ele explorou a parte mai surreal do ser humano.

O filme, apesar da linha cômica, nos faz refletir e repensar as convenções que nos são impostas. Afinal, não nos dizem que o mais importante é ser feliz!? Por que, então, importa 'como' buscamos alcançar esse estado de graça!?

As relações sociais são nossas algemas...

"Boris Yellnikoff (Larry David) é um velho rabugento que tem o hábito de insultar seus alunos de xadrez. Ex-professor da Universidade de Columbia, ele considera ser o único capaz de compreender a insignificância das aspirações humanas e o caos do universo. Um dia, prestes a entrar em seu apartamento, Boris é abordado por Melodie St. Ann Celestine (Evan Rachel Wood), que lhe implora por abrigo. Ele atende ao pedido, a contragosto. Percebendo sua fragilidade, Boris permite que ela fique no apartamento por alguns dias. Ela se instala e, com o passar do tempo, não aparenta ter planos de deixar o local. Até que um dia lhe diz que está interessada por ele.

Ficha técnica:

  • título original:Whatever Works
  • gênero:Comédia
  • duração:01 hs 32 min
  • ano de lançamento:2009
  • site oficial:
  • estúdio:Wild Bunch / Perdido Productions / Gravier Productions
  • distribuidora:Sony Pictures Classics / California Filmes
  • direção: Woody Allen
  • roteiro:Woody Allen
  • produção:Letty Aronson e Stephen Tenenbaum
  • música:
  • fotografia:Harris Savides
  • direção de arte:
  • figurino:Suzy Benzinger
  • edição:Alisa Lepselter

Elenco:

  • Larry David (Boris Yellnikoff)
  • Evan Rachel Wood (Melodie St. Ann Celestine)
  • Ed Begley Jr. (John)
  • Henry Cavill (Randy James)
  • Patricia Clarkson (Marietta)
  • Willa Cuthrell-Tuttleman (Enid)
  • John Gallagher Jr. (Perry)
  • Jessica Hecht (Helena)
  • Lyle Kanouse (Ed)
  • Oleg Krupa (Morgenstern)
  • Carolyn McCormick (Jessica)
  • Michael McKean (Joe)
  • Christopher Evan Welch (Howard)

"Em Whatever Works, Woody Allen retorna as comédias Nova-Iorquinas, e faz uma análise bem humorada e extremamente ácida do ser humano, usando Boris Yellnikoff como seu porta voz.

Boris Yellnikoff é rabugento, mau humorado, grosseiro, frustrado, e muito muito engraçado. Larry David interpreta Boris, numa atuação digamos...desconcertante. Cheio de piadas rapidas que ficam entre o humor refinado (e nisso lembra muito os personagens que o próprio Allen intrepretava) e a mais pura grosseria. Larry David encarna um homem cheio de neuras, hipocondríaco, e que se acha gênio, aliás não só se acha mas faz questão de dizer isso a toda hora. Dotado de uma visão realista do mundo, Boris é daqueles que parecem não ter mais jeito..até que entra na sua vida a completa imbecil mas extremamente encantadora Melodie

Melodie (Evan Rachel Wood que na mão do Allen ficou quase ótima) representa aquilo que Boris mais detesta no ser humano, idiota, cheia de frases prontas, sonhadora e burra ao extremo. Logo que os dois se conhecem já temos momentos engraçadissimos, Boris solta as maiores e mais divertidas frases que se possa imaginar, todas em referência a burrice da menina. Mas melodie parece não estar muito incomodada com isso e ao contrário do que se possa imaginar ela acaba se encantando com a pretensa genialidade de Boris Yellnikoff..e nasce nela uma admiração pelo velho rabugento. O que vale ressaltar é que Allen foge da mesmice ao contar a história dos dois, porque simplesmente Boris continua chato e pessimista, pois mesmo estando vivendo com a encantadora Melodie, ele não demonstra aquela redenção clichê de tantos outros filmes

Com um ano de casados, Melodie e Boris são surpreendidos pela chegada da mãe de Melodie, e nós espectadores somos agraciados com uma divertida e excelente atuação de Patricia Clarkson. Marietta é aquela que chega para mostrar como as pessoas podem mudar, ela é aquela que conduz a ideia de evolução que Allen tanta mostrar no filme. Não uma evolução politicamente correta, mas sim uma evolução mental. Marietta chega como a cristã interiorana e se transforma numa artista (fotografa) que vive com dois homens. O filme não prega que isso seja o certo ou o errado, mas mostra uma ampliação de horizontes e conta isso tudo de forma bastante divertida

O que é bacanão no filme, é que mesmo estando exposto a isso tudo, Boris continua sendo o mesmo, pra ele as pessoas não tem concerto, tudo é o que é...até que Melodie conhece um outro homem e pela segunda vez na sua vida ele tanta o suicido e novamente sem sucesso. E de um jeito bem inusitado ele acaba conhecendo a sua pequena redenção e usa a maxima do filme para jsutificar isso....pois no final Tudo Pode Dar Certo

Tudo Pode Dar Certo é uma retomada do estilo que consagrou o genial Woody Allen, a comédia inteligente, cheia de diálogos ácidos, personagens que expressam um lado mais cru e divertido do ser humano. A narrativa é outra grande sacada do filme, Larry David conversa com o espectador ao contar a sua história, brinca com o público que vai ao cinema, e nos faz lembrar dos grandes filmes do Allen e sua amada Manhattan...depois de se aventurar pela Europa e mostrar toda a sua versatilidade com os anteriores; Match Point, Cassandras Dream e o Almodovariano Vicky Cristina Barcelona, Allen volta em grande estilo e nos traz uma comédia deliciosa e apaixonante...Whatever Works é mais um filme imperdivel do neurótico mais genial que se tem noticia.

(Comentários de Marcos Ainstein, no site Adoro Cinema)

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