sexta-feira, 16 de julho de 2010

Em Alagoas, parceria entre OAB e Arquidiocese geram cartilha de orientações para o eleitor.

A Arquidiocese de Maceió lançou ontem, 15, a Cartilha de Formação Política da Província Eclesiástica de Maceió.

O livreto, que traz informações sobre a importância do voto e sobre a lei “Ficha Limpa”, toma por base a experiência do engajamento da Igreja Católica em campanha semelhante nas eleições de 2008, quando contou com diversas parcerias, entre elas o Poder Judiciário e a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas.

A cartilha foi lançada em um evento no auditório da Escola de Magistratura de Alagoas (Esmal), com a presença de diversos candidatos e autoridades. De acordo com o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz, a cartilha tem como objetivo conscientizar a população – “sobretudo a mais carente de informação e de posses” – da importância do voto. “É um livro que traz orientação para a formação da cidadania e mostra como a população pode denunciar os casos de corrupção”, destacou ainda.

Antônio Muniz ressaltou a união das entidades como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, OAB, Poder Judiciário, Igreja Católica e imprensa, dentre outros, como uma ferramenta importante para que em 2010 “se tenha uma eleição mais democrática e que de fato represente a iniciativa popular”. “As parcerias são importantes”, complementou ainda.

De acordo com o arcebispo, as cartilhas serão distribuídas livremente e a todos.

Para isto, a Igreja Católica conta com os parceiros, com as próprias igrejas e com as pastorais. “Orientamos ainda para que o eleitor esteja atento à vida pregressa do candidato, pois é um bom momento para isto, em virtude da lei Ficha Limpa. A Igreja foi importante para a aprovação desta lei, já que 90% das assinaturas foram colhidas por intermédio da Igreja. É preciso observar a vida dos candidatos e a prática deles como políticos e cidadãos”.

O presidente da Comissão Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil, Paulo Brêda, também ressaltou a importância da cartilha. Segundo ele, a presença da Igreja Católica na luta pelas eleições limpas é fundamental “por conta da penetração da instituição”. “A Arquidiocese tem esse poder de disseminar a informação na sociedade, criando multiplicadores, ajudando assim no combate à corrupção. Eleições limpas é a premissa básica do Estado de Direito”.

Quanto à lei Ficha Limpa, Brêda elogiou a atuação do Ministério Público Eleitoral. “Tem se empenhado em fazer as impugnações. O Judiciário agora terá uma árdua missão que é firmar a jurisprudência desta lei. Mas é importante esta discussão, independente das cassações de candidaturas, porque alerta ao cidadão quem são os candidatos”, colocou. Paulo Brêda também acredita que a atuação da Polícia Federal nestas eleições seja bem mais eficiente que em 2008.

“A polícia está com um olhar diferenciado em relação à compra de votos e já existem equipes específicas trabalhando estas situações. Acredito que teremos uma eleição mais limpa. O cerco apertou para os compradores de votos. As parcerias que foram feitas em 2008 serviram de aprendizado para que em 2010 sejamos mais eficientes. Eu espero que estas ações inibam os corruptos. Se não inibir, eles serão pegos e punidos”. Colocou ainda.

Uso da cartilha

A cartilha será utilizada pela Igreja e órgãos parceiros, a exemplo da Comissão de Combate à Corrupção da OAB/AL, em ações educativas e de conscientização dos eleitores. “A ideia é contribuir para que a sociedade conheça como funciona o processo eleitoral e os meios de denúncia, possibilitando a eliminação do nocivo caminho da autopromoção”, explica o padre Walfran Fonseca, da Comissão de Educação Política da Arquidiocese de Maceió. “A corrupção é um dos maiores inimigos do povo e da democracia em nosso país”, complementa.

O presidente da OAB/AL, Omar Coelho frisa que “a cartilha é mais um elemento no processo de conscientização e temos que repassar isto para o cidadão, para que tenhamos representantes reais”. “A gente sabe como a grande maioria se elege aqui em Alagoas e por esta razão é que temos esta representação pífia no nosso Estado. A luta é para mudarmos este quadro. Tudo começa pelo voto consciente, para que possamos garantir melhorias na Educação, Saúde e outras aéreas”, destacou.

Omar Coelho frisou ainda que apesar das eleições deste ano terem uma dimensão maior, o aprendizado de 2008 serviu de experiência “boa e exitosa”. “A OAB será mais uma vez uma parceira , sempre a postos, juntamente com o Judiciário e com a população. Já disponibilizamos um número (2121-3207) para recebermos denúncias”, colocou.

Em entrevista ao Alagoas24Horas, Omar Coelho ainda demonstrou uma preocupação especial com os problemas vivenciados nas cidades alagoanas que foram atingidas pelas enchentes. O presidente da OAB diz que é preciso ter uma vigilância por conta das entregas de donativos que estão sendo feitas nestas regiões, para que não haja aproveitamento político por parte de candidatos.


Fonte: Alagoas 24hs

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