"Vi um livro no lixo e arrepiei-me pensando que há livros que nascem mortos. Pode-se viver sem ler ? Quem não lê não entra no rio da história e quem lê é como o mar onde desaguam muitos rios. Comprar um livro é sempre como a primeira vez, como quem marca um encontro para receber uma confidência. Uma casa sem livros está desabitada, é uma pensão... Os livros são janelas. Hoje vou abrir uma delas".
Vasco Pinto de Magalhães, in "Não Há Soluções, Há Caminhos (do blog do Literatus)
Com esse lindo texto, conheci o blog Literatus, por meio dei indicação do Blog Mundo em Movimentos, de Sérgio Coutinho, que acompanho regularmente.
Achei a proposta ousada, para uma cidade pequena e pouco ousada para as iniciativas em arte e cultura, como Maceió. Mas ao mesmo tempo atraente e simpática.
Eu ainda não conheço o Literatus. Estou com esse débito. Mas ainda assim já recomendo, porque uma proposta dessas só pode ter dado em boa coisa. E em breve chego por lá.
O blog diz que o Literatus funciona desde janeiro deste ano de 2010 e funciona em estabelecimento localizado no cruzamento entre as ruas Ângelo Neto e Oswaldo Sarmento, nº 32, quase em frente ao colégio Guido, aqui em Maceió.
Clique aqui e conheça o blog, bem como as regras para locar livros.
Vejam que texto simpático apresenta a livraria-locadora-café Literatus:
"Abrir uma locadora de livros em um país cuja média de leitura é de uma obra por ano, em uma cidade que constantemente bate o recorde em analfabetismo funcional, é um desafio sob o qual a Literatus não só reconhece, como nasceu justamente para enfrentá-lo.
Dizem alguns cidadãos - na onda do pós-modernismo ou coisa que o valha - que sustentar um ‘negócio’ que envolva livros é utópico, é loucura, numa época em que as obras são digitalizadas, em que a leitura é deixada de lado em nome de atividades de lazer ‘mais práticas’, de hábitos que envolvam mais a tecnologia, menos o papel.
Tudo isso tem lá sua (in)coerência, mas façamos como Quintana e cheguemos ‘ao outro pólo’ da (múltipla) verdade: é justamente esse excesso frio e superficial da virtualidade nas trocas e nas relações que fazem com que procuremos resgatar o que é de nossa própria natureza humana: o táctil.
A Literatus aposta no que há de essencial e táctil, no toque de livros, em seu fácil acesso, por meio de empréstimos a valores módicos, nos mais diversos projetos e eventos de incentivo ao hábito da leitura, no nosso próprio espaço físico que convida você a chegar junto para um café e um bom papo.
Demodê?? Pode até ser. Mas isso é o que queremos e é esse o nosso ‘negócio’: ver muita gente fora da moda e dentro do fascinante, infinito e prazeroso universo que se conhece com o simples ato de abrir um livro. Afinal, já diria Caetano. “os livros são objetos transcendentes”.
Rita, meu nome é Diuliane, sou de Guarulhos / SP. Muito bom o seu comentário, há 1 ano busco informações para abrir uma locadora de livros em minha cidade, e me deparo com muitos comentários pessimistas, mas não consigo desacreditar no potencial da idéia, realmente gostei muito da sua observação e me orgulho por fazer parte do "fascinante, infinito e prazeroso universo" mencionado em seu texto.
ResponderExcluirTe desejo muito boa sorte, querida. Creio que essa iniciativa depende muito do grau de maturidade e de cultura do seu povo. O meu, infelizmente, ainda luta por comida eatendimento em saúde. Escola, é lugar para se ter diploma de segundo grau para poder trabalhar ganhando o salário mínimo.
ResponderExcluirQuem pensa, em geral, vai embora, ou tem Alagoas apenas como pouso periódico do seu cansaço de correr o mundo.
Além da Literatus, soube que este ano também fechou a Livro Lido, um sebo muito estabelecido no sul do país, e cujos seus donoso resolveram vir morar em Maceió, pelas belezas do lugar. Trouxeram o empreendimento. Não deu para manter. Por lá (acho que Santa Catarina), já tinha décadas de funcionamento reconhecido. Ai, minha Alagoas, me dá forças para não desistir de você...