quinta-feira, 3 de junho de 2010

Vocês conhecem a locadora de livros e café Literatus?

(Buscando mais informações, descobri que a Literatus foi desativada. Em Alagoas, infelizmente, isso não é uma surpresa. Desejo que meu Estado cresça e se liberte do jugo da ignorância e do poder político. Mas uma vez, estamos órfãos...).

"Vi um livro no lixo e arrepiei-me pensando que há livros que nascem mortos. Pode-se viver sem ler ? Quem não lê não entra no rio da história e quem lê é como o mar onde desaguam muitos rios. Comprar um livro é sempre como a primeira vez, como quem marca um encontro para receber uma confidência. Uma casa sem livros está desabitada, é uma pensão... Os livros são janelas. Hoje vou abrir uma delas".

Vasco Pinto de Magalhães, in "Não Há Soluções, Há Caminhos (do blog do Literatus)

Com esse lindo texto, conheci o blog Literatus, por meio dei indicação do Blog Mundo em Movimentos, de Sérgio Coutinho, que acompanho regularmente.

Achei a proposta ousada, para uma cidade pequena e pouco ousada para as iniciativas em arte e cultura, como Maceió. Mas ao mesmo tempo atraente e simpática.

Eu ainda não conheço o Literatus. Estou com esse débito. Mas ainda assim já recomendo, porque uma proposta dessas só pode ter dado em boa coisa. E em breve chego por lá.

O blog diz que o Literatus funciona desde janeiro deste ano de 2010 e funciona em estabelecimento localizado no cruzamento entre as ruas Ângelo Neto e Oswaldo Sarmento, nº 32, quase em frente ao colégio Guido, aqui em Maceió.

Clique aqui e conheça o blog, bem como as regras para locar livros.

Vejam que texto simpático apresenta a livraria-locadora-café Literatus:

"Abrir uma locadora de livros em um país cuja média de leitura é de uma obra por ano, em uma cidade que constantemente bate o recorde em analfabetismo funcional, é um desafio sob o qual a Literatus não só reconhece, como nasceu justamente para enfrentá-lo.

Dizem alguns cidadãos - na onda do pós-modernismo ou coisa que o valha - que sustentar um ‘negócio’ que envolva livros é utópico, é loucura, numa época em que as obras são digitalizadas, em que a leitura é deixada de lado em nome de atividades de lazer ‘mais práticas’, de hábitos que envolvam mais a tecnologia, menos o papel.

Tudo isso tem lá sua (in)coerência, mas façamos como Quintana e cheguemos ‘ao outro pólo’ da (múltipla) verdade: é justamente esse excesso frio e superficial da virtualidade nas trocas e nas relações que fazem com que procuremos resgatar o que é de nossa própria natureza humana: o táctil.

A Literatus aposta no que há de essencial e táctil, no toque de livros, em seu fácil acesso, por meio de empréstimos a valores módicos, nos mais diversos projetos e eventos de incentivo ao hábito da leitura, no nosso próprio espaço físico que convida você a chegar junto para um café e um bom papo.

Demodê?? Pode até ser. Mas isso é o que queremos e é esse o nosso ‘negócio’: ver muita gente fora da moda e dentro do fascinante, infinito e prazeroso universo que se conhece com o simples ato de abrir um livro. Afinal, já diria Caetano. “os livros são objetos transcendentes”.

2 comentários:

  1. Rita, meu nome é Diuliane, sou de Guarulhos / SP. Muito bom o seu comentário, há 1 ano busco informações para abrir uma locadora de livros em minha cidade, e me deparo com muitos comentários pessimistas, mas não consigo desacreditar no potencial da idéia, realmente gostei muito da sua observação e me orgulho por fazer parte do "fascinante, infinito e prazeroso universo" mencionado em seu texto.

    ResponderExcluir
  2. Te desejo muito boa sorte, querida. Creio que essa iniciativa depende muito do grau de maturidade e de cultura do seu povo. O meu, infelizmente, ainda luta por comida eatendimento em saúde. Escola, é lugar para se ter diploma de segundo grau para poder trabalhar ganhando o salário mínimo.
    Quem pensa, em geral, vai embora, ou tem Alagoas apenas como pouso periódico do seu cansaço de correr o mundo.
    Além da Literatus, soube que este ano também fechou a Livro Lido, um sebo muito estabelecido no sul do país, e cujos seus donoso resolveram vir morar em Maceió, pelas belezas do lugar. Trouxeram o empreendimento. Não deu para manter. Por lá (acho que Santa Catarina), já tinha décadas de funcionamento reconhecido. Ai, minha Alagoas, me dá forças para não desistir de você...

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails