Tenho tido o grande prazer de estar com Thiago, Bia e Mariana, jovens da ONG Carpe Diem que participaram do projeto Pipa, que discutiu questões relacionadas à sexualidade e escolha amorosa de jovens com síndrome de Down.
O Pipa foi um divisor de águas, não só prá eles, mas para seus pais (que participaram das mesmas Oficinas e descobriram que também tinham coisas prá aprender), profissionais que tiveram contato com eles e com o projeto (até o Paulo Baroukh, produtor do vídeo, passou a olhar a vida de outro jeito).
Thiago e Bia decidiram que seriam os porta vozes e têm desempenhado esse papel cada vez melhor nos eventos de que participam. Em 2008, foram a sensação do Congresso do Ministério da Saúde, com 4.000 pessoas.
Em todos os eventos eles mesmos falam sobre a acessibilidade, do que precisam para entender e participar.
Mas por alguma razão suas observações não penetram nas pessoas. Ouvem naquele momento e...esquecem.
Em agosto eles foram para o seminário de João Pessoa; participaram de duas mesas e Bia foi nossa Mestre de Cerimônias. Outro sucesso, outro impacto, outro destaque.
Na van de João Pessoa a Recife, onde tomaríamos o avião prá Sampa, o tema da acessibilidade apareceu. E como a gente tinha tempo, fomos conversando sobre isso.
De volta a Sampa, alinhavei essa apresentação que foi enviada a eles. Fabiana, a facilitadora que estava conosco, acrescentou figuras e o texto.
Minha vontade é disponibilizá-la livremente. Fiz uma primeira apresentação no evento do CVI Brasil e vários militantes e pesoas de referência vieram me procurar e me escreveram, dizendo que nunca tinham pensado nisso.
O Carpe está preparando, com os jovens, um Manual de acessibilidade, também para ser amplamente disseminado. É mais um jeito de dar voz a esse segmento, o mais invisível dentre os invisíveis.
O que acham?
Carinho,
Marta Gil
Reflexão publicada no excelente Blog Mundo em Movimentos, do Prof. Sérgio Coutinho (www.mundoemmovimentos.blogspot.com).
Dicas para acessibilidade nas comunicações para pessoas com deficiência intelectual:
O CANAL VISUAL NA COMUNICAÇÃO E APRENDIZAGEM NA Síndrome de Down
Por este motivo, fica evidente que escolas que têm crianças com SD em suas classes regulares, devem ter muito claro que aquelas antigas aulas expositivas (que aliás, são chatas para TODOS) em que o professor fica falando de um assunto na frente dos alunos, têm efeito muito pequeno no que se refere à compreensão e retenção do conteúdo. A eficácia do ensino -aprendizagem cresce muito quando o professor associa a exposição da matéria a recursos visuais, e quando concretiza o conteúdo adquirido através de registros gráficos (desenhos, figuras, palavras).
Dicas:
Slides com pouco conteúdo;
Fala mais pausada;
Fazer oficinas simuntâneas com o mesmo tema (técnicas artísticas, dinâmicas, encenações);
Apresentar peças de teatro ou músicas sobre o tema.
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