sábado, 12 de maio de 2007

OIT afirma que discriminação no trabalho gera prejuízos.

OIT afirma que discriminação no trabalho gera prejuízos
Gilberto Nascimento

Laís Abramo apresentou relatório que mostra aumento de casos de discriminação.

A diretora do escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, disse hoje que há uma estreita ligação entre a discriminação no trabalho e a desigualdade social.
A discriminação, segundo ela, não é apenas um atentado contra os direitos humanos, mas também um "enorme custo" para os países e as empresas, e "representa um desperdício de talentos, de potencialidades e de investimentos em educação".
A diretora apresentou, na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, o segundo relatório global da OIT sobre as condições de trabalho em todo o mundo. O texto mostra que houve aumento, em diversos países, do número de leis e políticas contra todo tipo de discriminação. Segundo o documento, 90% dos integrantes da OIT já ratificaram dois convênios contra a discriminação. Outra informação positiva do relatório refere-se ao fato de a Organização das Nações Unidas (ONU) ter adotado recentemente convenção sobre direitos de pessoas com deficiências, atendendo a recomendação da OIT.
Convênio pela igualdade
Mesmo reconhecendo os esforços do governo e da sociedade, a ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Nilcéa Freire, disse que o Brasil ainda tem muito a caminhar. "O nosso País tem sido pródigo em assinar convênios internacionais, mas falta assinar internamente um convênio pela efetiva igualdade", afirmou.
Nilcéa Freire criticou empregadores pelo fato de, segundo ela, resistirem a adotar normas específicas para a igualdade de gênero e raça. "O governo quer implementar essas normas, mas as empresas resistem; precisamos romper barreiras, se quisermos que o Brasil apareça melhor no próximo relatório da OIT", enfatizou.
A ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, citou, entre os avanços contra a discriminação no trabalho, a criação da comissão tripartite (governo, centrais e empregadores) para a igualdade de gênero e raça no trabalho, além das secretarias de Igualdade Racial e de Promoção de Políticas para as Mulheres, que desenvolvem políticas públicas de combate à discriminação."Mesmo assim não há motivo para comemoração, pois, sendo historicamente forte no Brasil, a discriminação persiste", afirmou Matilde Ribeiro. "Tivemos quatro séculos de escravidão que deixaram marcas profundas", completou a ministra.
Prioridade
O assessor internacional do Ministério do Trabalho, Paulo Sérgio Castilho, disse que o governo definiu como prioridade o cumprimento pelo Brasil de todas as normas das convenções da OIT sobre o combate à discriminação e à desigualdade no trabalho.
O presidente da Comissão de Trabalho, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), anunciou que vai mobilizar o colegiado para debater, nas próximas semanas, projetos para reduzir a discriminação no trabalho. Já o deputado Vicentinho (PT-SP) comunicou o lançamento, no próximo domingo (13), do Movimento "120 anos de Abolição Não Concluída", cujo objetivo é reunir os projetos de lei em tramitação que versem sobre o combate às várias formas de discriminação no trabalho. O objetivo é encaminhar a aprovação de propostas que tenham respaldo político e sejam eficientes para democratizar o mercado de trabalho.
Reportagem - Luiz Claudio PinheiroEdição - Sandra Crespo
Fonte: Agência Câmara

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