sábado, 25 de setembro de 2010

Sampa do jeito que eu gosto!


"Eu tive fora uns dias; eu me odiei uns dias; eu quis me matar!" (Hebert Viana)

Oi, meus queridos. Eu estive fora uns dias, mesmo. Nos dois sentidos: viajando muito e ausente deste prazeroso contato virtual.
Como tudo na vida, de uma parte foi ótimo; mas de outra...

"Me inventei" de querer mandar nas pessoas e de não ter mais ninguém mandando em mim. quero exonerar meu chefe, virando chefe também, rs. Estou danada fazendo concursos para mudar minha condição profissional. Uma atitude louvável. Mas, de outro lado, venho matando em mim o que me dá alegria, pois o tempinho de sobra, agora, em vez de ser usado lendo Isabel Allende, fazendo mandalas de material reciclado e escrevendo nos blogs, estudo, estudo, estudo...



E um estudo que para mim me parece meio que inútil, me perdoem os eruditos.  É que eu que já tenho vida profissional na área jurídica trabalhista há mais de quinze anos, sei "de cadeira" que do que se estuda para os concursos pouco se leva para a vida profissional.

Mas já que esta é a regra, este é o jogo, e o passar dos anos vem levando de mim a rebeldia e as atitudes de guerrilha, poucas opções me sobram a não ser me vergar ao estabelecido e nadar a favor da corrente. Deixo a luta e a contestação para a juventude que se levanta após a minha geração.  Meus olhos já se dirigem, involuntários, para outros horizontes...

A vida foi ficando sem graça com essa opção forçada.

Eu já estava ficando "verde", com
cheiro de traça e com lábios plastificados - sinais de quem está perdendo a humanidade.

Antes que fosse tarde demais, tratei de dar este pequeno intervalo, uma pequena janela, para me humanizar e sentir a alegria correndo nas veias de novo.

Nem tudo foi espinho neste quase um ano de mudança drástica de forma de vida. Viajei muito, embora sempre com compromissos. Mas brasileirinha como sou (não as dos filmes pornôs, embora adorasse ter um corpinho daqueles), nordestina, nascida e criada numa Alagoas adversa e sofrida, estou sempre dando um jeitinho de ver "flores entre as brechas do concreto" que miro.

Vou aproveitar a janela do descanso e postar aqui algumas das coisas legais que andei vendo e convivendo, então.  Deixo as tristezas e chatices bem guardadas, para que percam forças por falta de holofotes.

Comecemos por São Paulo, onde conseguir injetar cultura, arte e civilidade na veia, em pelo menos 20% do meu tempo de estadia. No mais, foi estudo e prova.

Aproveitei o tempinho e corri para conhecer algo que nunca tive tempo nas outras oportunidades na Terra da Garoa: conhecer a Pinacoteca. Uma belezura.

É emoção pura, ficar tão pertinho de obras de nomes como Portinari, cuja foto do Mestiço, pintada em 1934 eu destaquei acima.

A Pinacoteca foi crianda em 1905 e é o mais antigo museu da cidade. Lá fica guardadinha uma das maiores coleções de arte brasileira do século XIX até a atualidade, além de outras obras de artistas europeus, totalizando cerca de 9 mil peças entre esculturas, pinturas, desenhos, gravuras e fotografias. Além disso, há uma biblioteca especializada em artes plásticas com cerca de 35 mil exemplares entre livros, catálogos, revistas e documentos históricos.

Abriga, também, um importante laboratório de restauro, onde se busca preservar este acervo inestimável e tão pouco conhecido, levando-se em consideração a nossa população.

A Pinacoteca, hoje, tem uma espécie de anexo, que é a Estação Pinacoteca.  Funcionando desde 2004, no edifício do Largo General Ozório, a Estação recebe parte do acervo provisório da Pinacoteca (exposições temporárias). A Estação abriga, ainda, o Memorial da Resistência de São Paulo, espaço que se dedica à preservação das memórias da repressão e da resistência política do Brasil.


A Pinacoteca funciona de 3ª a domingo, das 10h às 17h30.  O Ingresso custa R$ 6,00, com 50% de desconto para estudantes.  Crianças até 10 anos e idosos acima de 60 anos não pagam.  No sábado a visitação é grátis.  A entrada é grátis para conhecer o Memorial da Resistência.  O ingresso para a Pinacoteca dá acesso à Estação Pinacoteca, sem mais nenhum custo.

Essas informações eu extraí de minhas observações e dos folders disponíveis para os visitantes da Pinacoteca.

Como não poderia deixar de ser, encerrei o passeio com minha sobrinha Renata, uma fofa que está fazendo residência em Otorrinolaringologia em Sampa, e que me guiou os passos dessa pequena aventura.  Fomos ao Mercado Municipal, nos deliciar com um delicioso chopp, do Hocca Bar, tradicional desde 1952, acompanhado de sanduíche de mortadela e bolinho de bacalhau. Tem coisa melhor?

Quem tiver um tempinho, ao lado tem um álbum de fotos que tirei das obras da Pinacoteca.  Muito legal que eles deixam fotografar. Afinal, sempre damos um jeitinho para burlar essa regra.  Aos amigos cegos, mil perdões, mas eu não teria condições de descrever a beleza e peculiaridades das obras fotografadas.  Isso significa que estou precisando fazer o curso de Áudio-descrição que divulguei aqui no blog algum tempo atrás, rs..

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