Mi Buenos Aires Querida

Estive em Buenos Aires. Sempre tive simpatia por esta terra; se confirmaram todas.
A lenda de rivalidade com o Brasil não se sustenta. É mais um gracejo, uma piada, para descontrair o povo, que é bem mais sério que o nosso.
O que sobra é uma educação e uma cordialidade impecável, o que torna a estadia tranquila e sem contratempos.
O "portunhol" funciona sem atropelos, não somente pelo nosso esforço, mas pelo deles, que apreciam e entendem a importância do turista vindo deste país que cobre boa parte da América Latina.
Os hábitos são deliciosos: os cafés, os croissants, a leitura quase obcessiva, o cochilo nos parques e praças buscando o calor do sol.
A arquitetura é coisa que impreciona.   O gosto pelas antiguidades, também.  Lá, as casas antigas não são monumentos, mas a moradia das pessoas. Os transportes públicos são invejáveis e a baixo preço.
O país está em crise, mas ter acesso a educação ajuda bastante, fazendo do argentino um "lord inglês dos trópicos".
A limpeza das ruas é algo que também se inveja, mesmo no subúrbio.  Um contraste é o número enorme de cachorros e o fato de que, ao que parece, a M. dos danados não os incomoda. É a única sujeira que vemos repousar pelas ruas da cidade; aparentemente sem incomodar ninguém.
É claro que tem pobreza.  Mas aí até o frio ajuda. Duvido que se consiga viver muito tempo na rua com aquele clima. Ele se encarrega de fazer a "limpeza" social, que em outros lugares, como no Brasil, se faz por meio de chacinas, como a da candelária.  Em razão disso, não há meninos de rua pedindo esmola nos sinais.
Na falta de aquecedor, a pobreza deve estar escondidinha, aquecendo as mãos em alguma fogueira. De outro jeito, não sobreveriam aos invernos.
Tomei gosto pelo lugar. E vou pensar com carinho fórmulas de passar uma temporada mais longa por aquelas bandas.
Evita já está entre minhas próximas leituras e pesquisas. Me interessei pela história intrigante desta moça amada pela sua pátria.
Ao lado, as fotos de minha aventura portenha.