segunda-feira, 28 de junho de 2010

A história se repete: em Alagoas, vítimas de enchente de 1988 ainda vivem em presídio abandonado


A atual tragédia da enchente em Alagoas é uma repetição de um drama já vivido pelo povo alagoano no distante ano de 1988. Se para muitos moradores de Alagoas o problema teve início há pouco mais de uma semana, para famílias de União dos Palmares a “calamidade pública” já dura 22 anos. Cerca de 100 famílias que ficaram desabrigadas pela enchente do mesmo rio Mundaú em 1988 vivem até hoje em pavilhões de um presídio desativado na zona rural, a 8 km do centro da cidade.

A colônia prisional Santa Fé estava em reforma naquele ano, quando centenas de pessoas perderam suas casas da noite para o dia devido à cheia do rio.

Sem ter onde abrigar tantas famílias, o governo do Estado autorizou o uso de pavilhões para receber parte das pessoas que perderam tudo. Era uma medida provisória, até que novas casas fossem construídas, mas até hoje nenhuma casa foi erguida.

Na colônia prisional não existe fornecimento de água ou banheiros, e o serviço de transporte coletivo é improvisado. O único modo de ir até o centro é pegar um pau-de-arara. Banhos e necessidades fisiológicas são feitas no riacho Canabrava, a cerca de 300 metros do local. A água de beber e lavar roupa vem do chafariz no distrito da Santa Fé, a menos de 1 km da colônia.

As famílias dividem de forma organizada os 15 pavilhões. As celas são separadas por tábuas, em espaços praticamente semelhantes. Cada família tem o seu local, onde não só vivem, como plantam e colhem alimentos.

A energia elétrica é o único serviço essencial prestado à comunidade, mas desde o último dia 18 o fornecimento foi suspenso, assim como ocorreu na maior parte da região, devido à destruição da
subestação da cidade de União dos Palmares.

Todos os moradores ouvidos pela reportagem do Uol Notícias relatam que desde 1988 recebem promessas de que vão receber casas das autoridades. Mas, apesar de acompanhar várias enchentes nos últimos anos, todos afirmam que a cheia da semana passada foi a maior já vista na cidade.

Sem a ajuda governamental, a comunidade é assistida por integrantes da Igreja Católica. (Com informações do Uol).

Fonte: Espaço Vital

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