sexta-feira, 28 de setembro de 2007

As duas faces da mesma Justiça. E por falar em face...

Nesses últimos dias, duas notícias que trouxeram reflexão ao meio jurídico circularam nos jornais do nosso país, espelhando faces contrárias de uma mesma Justiça:

Comecemos pela boa notícia, que é a que merece destaque: para acelerar o julgamento de mais de 3 mil processos, um juiz do Interior de Mato Grosso do Sul está mudando a rotina do Judiciário. As audiências estão sendo feitas bem longe do fórum, no meio da comunidade, onde estão os problemas. Até um bar foi usado como sala de audiência. O município se chama Terenos, onde mais da metade da população reside na zona rural. Isso dificulta o acesso ao fórum, uma vez que não há transporte regular entre diversos povoados e a cidade, o que dificulta o acesso da comunidade à Justiça.

O Juiz e seus assessores resolveram sair do gabinete e enfrentaram mais de 40km de estradas de terra no caso do povoado de Ponte do Grego. "Quando falaram que a Justiça viria até nós, achamos um fato inédito", diz Zélia Flores. Um dos processos julgados tinha mais de 12 anos e se referia a uma disputa de terras entre um fazendeiro da região e posseiros. Em uma audiência que durou mais de quatro horas, na Zona Rural, foi tomada a decisão final, onde se decidiu que o dono das terras receberá 20% do valor dos lotes e o restante em dez parcelas. Silvio da Cunha, que vive há nove anos em um dos lotes invadidos, aprovou o desfecho do conflito. "Agora é só pagar e usufruir", diz ele. A próxima etapa da Justiça de Terenos vai ser em um assentamento de reforma agrária onde 900 famílias brigam pela posse de lotes.

Atitudes como esta honram o serviço público e nos remetem a nomes como Alpiniano do Prado Lopes, que fez história na luta pela cidadania dos alagoanos.

Mas nem só de flores e iniciativas desbravadoras vive o nosso Judiciário: em Sergipe, no município de Divina Pastora, a Juíza da Comarca, Soraia Gonçalves de Melo, determinou a prisão de uma professora que minutos antes de uma audiência com a referida Juíza, participava de uma passeata organizada pelo seu sindicato, em que as vozes de comando cobravam do Poder Executivo o pagamento de dois meses de atraso salarial e do Poder Judiciário e do Ministério Público uma atitude a respeito do caso.

Segundo noticiado pela diretoria do sindicato profissional (Sintese), a magistrada teria agredido fisicamente e determinado a prisão da professora. Pelo depoimento da Diretoria do Sintese, a Juíza tinha ficado indignada com o ato dos educadores e determinado a prisão da Professora Gilvaneide.
E por falar em face, segundo testemunhas foi dito que após algemada, a professora foi agredida com dois tapas no rosto pela juíza e que tal acontecimento teria sido acompanhado de perto pelos líderes do Sintese e pelo assessor jurídico deste sindicato.
As duas faces de uma brasileira que exercia sua cidadania... As duas faces de um mesmo Judiciário...

4 comentários:

  1. Ola,
    Acompanho sempre seu blog, e tenho uma duvida, nao sei se me ajudaria: tenho uma empresa em processo de encerramento, antes dela ser encerrada, posso ir trabalhar em outra empresa e ter carteira assinada ?

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  2. Muito obrigada, meu querido.
    Um bom final de semana para ti.

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  3. Olá,

    Olhe, não há nenhum problema em você começar a trabalhar em nova empresa, sem que tenha sido dado baixa na relação de trabalho anterior. Não há nem mesmo problema que você tenha sua CTPS assinada por várias empresas, desde que você dê conta de trabalhar em todas elas e ainda assim conseguir manter o patamar mínimo que lhe garanta saúde e segurança no trabalho. As empresas não costumam assinar, por simples receio de se ver envolvida em alguma questão anterior a empresa que lhe antecede e que está com problemas. Isto se você for empregado naquela empresa que está sendo encerrada. Se a empresa a ser encerrada for sua, aí é que não tem problema algum. Pode iniciar tranquilo sua nova relação de trabalho. Os credores vão até gostar, por saber que você já está buscando ter renda, o que minimamente lhes garantirá o pagamento de possíveis débitos, muito embora o salário seja impenhorável para isso.
    Espero ter te ajudado e um abraço.

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