Numa escola particular e tradicional do bairro do Farol, em Maceió - AL- cujo nome iremos omitir por questões éticas, mas que a vontade é mencionar - um estudante do 3° ano do ensino médio explodiu uma bomba dentro de uma caixa de papelão com uma ninhada de gatos.
Um dos gatos foi despedaçado e teve morte instantânea. Outro filhote perdeu duas patas e teve traumatismo craniano, após receber cuidados veterinários precisou ser sacrificado. O terceiro gato precisou passar por cirurgia e seu estado de saúde é grave.
A escola optou não expulsar o aluno porque o fim do ano está chegando e ele já está no último ano.
Os pais do aluno, indagados pela imprensa (portal Alagoas 24hs), disseram que não foi nada premeditado e que não houve intenção de matar.
O artefato explosivo, típico de festejos juninos foi detonado dentro de uma escola. Detalhe: estamos no mês de novembro, bem longe do São João. Nem mesmo a alegação de tradição e que foi para se divertir cabe.
E temos que convir que o pátio de uma escola não é bem um local apropriado para soltar uma bomba cuja capacidade despedaçou um animal de pequeno porte (poderia ter sido a mão de um outro aluno).
Então, se não houve a intenção de matar, qual era a intenção afinal!?
Dá vontade de culpar o pai. Mas sabemos que a equação não é tão simples e que ele sozinho não define esse resultado. Nós todos somos um. Esses são os valores que ainda que por omissão estamos alimentando em nossa sociedade coletivamente.
A sensação de impunidade, a adoração do ganho fácil, o status que tem os amigos do rei... é por aí que estamos pautando a nossa atual definição de felicidade.
Eu não sou um modelo exemplar de mãe. De quando em vez tropeço em situações que nunca pensei e imaginar e das quais custo a sair nessa aventura que é educar.
Me preocupa que esse seja o futuro de nosso país. E que pela pressa do dia a dia a gente esteja interferindo pouco para que algo de fato mude.
Sem exemplo a educação não acontece.
Proteger e não permitir que o filho pague pelo que fez. "porque no fundo é um menino bom", será que é a melhor medida de nossa parte?
Em tempos de ressaca de eleição a gente fica tentando destilar a culpa apontando o dedo para os políticos e para as grandes corporações em tudo que acontece.
Mas tem coisinha menor, do dia a dia, que não tem como culpá-los. A culpa é nossa.
E o mal que nos condena como humanidade somos nós mesmos, pois é de nossa sociedade que saem as cabeças que passam a nos conduzir como grupo social. É das nossas casas e escolas que saem os grande nomes da humanidade, e também suas mazelas.
A cirurgia do gatinho que ainda vive custou R$ 590 e o valor foi arrecadado pelos alunos. Um deles inclusive adotou o animal.
São gestos assim que ainda nos deixam um fio de esperança de que a humanidade tem jeito, embora isso pareça cada vez mais utópico...
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