segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DITEAL lança Edital do Concurso da logomarca para os 100 anos do Teatro Deodoro

A Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL), anunciou nesta segunda, 19, que no período de 20 de outubro a 20 de novembro, estarão abertas as inscrições para o Concurso para escolha da logomarca do selo comemorativo dos 100 anos do Teatro Deodoro. As inscrições podem ser feitas pessoalmente, pelos Correios, ou no próprio Teatro Deodoro, na Direção Artística da Casa, no horário das 10 às 17h, por qualquer pessoa maior de idade e residente em Alagoas há pelo menos dois anos.

“Essa foi a melhor forma de selecionarmos a arte dos 100 anos, democraticamente, e esperamos que nesse período de 30 dias de inscrições, recebamos os mais diversos designers para escolhermos a arte que melhor representar a mensagem do centenário do Teatro Deodoro: 100 anos de arte”, explicou Juarez Gomes de Barros, Diretor-Presidente da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL) que administra os Teatros Deodoro e de Arena Sérgio Cardoso.

A divulgação do resultado da seleção será no dia 04 de dezembro e a premiação se dará em 11 de dezembro de 2009. O prêmio será a quantia de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) e uma placa comemorativa.

“É uma forma de envolvermos a comunidade desde agora para os 100 anos do Teatro Deodoro, e qualquer um pode participar, seja amador ou profissional, o que importará é criatividade e não o currículo do concorrente, e temos muita gente boa em Alagoas na área de artes visuais e designer gráfico”, salientou Alexandre Holanda, Diretor-Artístico da DITEAL.

A logomarca escolhida será utilizada em todo o material de promoção e divulgação dos 100 anos do teatro Deodoro.

O Edital com maiores informações e a Ficha de Inscrição estão disponíveis também no site do teatro: www.teatrodeodoro.al.gov.br.

Informações podem ser obtidas no site do Teatro Deodoro, pelo telefone: (82) 3315-5665 ou pelo e-mail ascomteatro@gmail.com.

Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (DITEAL)
Keyler Simões
Assessor de Comunicação
MTB 715/AL
(82) 3315-5656 / 8882-9828
www.teatrodeodoro.al.gov.br

Uma noite no Tabariz

O musical é composto por várias situações que se passam no bordel Tabariz, onde personagens fictícios mostram suas histórias circulando entre a música, a dança e o teatro.
Com uma mistura de ritmos os personagens narram a boemia do bairro Jaraguá, em Maceió, retratando cenas que entrelaçam prostitutas e seus amantes de maneira inusitada, cantando e atuando suas próprias vidas.
O espetáculo aborda com sutileza questões sociais que envolvem os dramas e as alegrias dos personagens, suas angústias, confusões, seus conflitos e emoções que se estendem e encantam, tanto quem viveu no início da formação dos bordéis da cidade, quanto os interessados em conhecer essa realidade tão pouco mostrada com uma beleza poética original e a uma musicalidade diversificada.
O espetáculo, da Cia. do Chapéu, traz os atores: Fabrício Barros, Joelle Malta, Jonatha Albuquerque, Laís Lira, Magnun Angelo, Wallisson Melquisedec e Tácia Albuquerque, que também é responsável pela direção, e os músicos André Cavalcanti e Natalhinha Marinho, com texto de Luiz Sávio de Almeida e música de Mácleim.

Pablo Young
Produtor Cultural / Maceió-AL

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma dica de leitura para quem pesquisa sobre deficiência

Não conheço o autor pessoalmente. Mas conheço suas obras e sou fã do seu trabalho. Nos livros de Emílio Figueira, além da história em si - que já vale à pena - o conteúdo sobre deficiência e inclusão social é de extrema importância e de uma profundidade que não me lembro ter visto igual. Indispensável para quem se dedica a pesquisar o tema.


"Queridos Amigos,

Após vários anos ensaiando esse projeto, escrevi o meu livro de memórias, O CASO DO TIPÓGRAFO - Crônicas das minhas memórias".

Acaba de ser publicado pela Giz Editorial e pode ser encontrado tanto no site da editora www.gizeditorial.com.br, quanto na rede da Livraria Cultura, tendo uma versão em e-Book para pessoas com deficiencia visual ou àqueles que gostam de ler no computador. Abaixo há uma resenha sobre a obra.

Fico feliz por dividir mais essa obra com vocês e deixo um carinhoso abraço a todos!"

Emilio Figueira
Site: www.emililofigueira.com
Blog: http://blog.emiliofigueira.com


O CASO DO TIPÓGRAFO

Nesta autobiografia, Emílio Figueira narra ao longo de 224 páginas suas aventuras nas mais diversas situações e áreas de atuação. Após ter adquirido paralisia cerebral durante o seu nascimento no final dos anos 1960, conta-nos na primeira parte da obra como foram seus tratamentos em uma época em que a medicina da reabilitação dava os seus primeiros passos no Brasil. Aos onze anos, segunda parte, foi morar em uma pequena cidade de interior, onde teve o seu real desenvolvimento por meio de tantas aventuras e amizades, além de sua descoberta definitiva para o mundo das letras, principalmente para o jornalismo. Na terceira parte, fala como teve que se adaptar a viver numa cidade grande como Bauru, buscando o seu espaço profissional, vivendo longos anos dedicados às pesquisas científicas até chegar à conquista do diploma de psicólogo. Após voltar à residir em São Paulo, na quarta parte do livro, dedica-se há uma autoavaliação de sua trajetória até se decidir ser um futuro psicanalista. O cronista Ângelo Anccilotto, que assina o prefácio da obra, diz em certo trecho: “Em sua narrativa, Emílio não se poupa, revelando-se nas mais diversas situações, de sucesso ou de fracasso, de sonho ou de desencanto. Daí surge um livro encorpado, sem artificialidades, porque nossa alma é assim mesmo, enigma que faz conviver o acontecido e o imaginado, tendo ambos o mesmo poder traumático e o mesmo pé de realidade”.

SOBRE O AUTOR

Emílio Figueira têm dezenove obras editadas, 43 artigos científicos publicados no Brasil e exterior, autor de oito peças teatrais e alguns roteiros de filmes e televisão. Foi jornalista por dez anos, formou-se em Psicologia, pós-graduado em Educação e cursa Doutorado Profissional em Psicanálise.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Unicamp digitaliza 100% do seu acervo de teses e dissertações.

Segundo matéria publicada pela Ascom da UFPE, "com o total de 30.871 teses e dissertações em sua Biblioteca Digital, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) se tornou a primeira universidade brasileira a ter 100% dessa produção em formato eletrônico e com acesso livre pela internet".
O serviço já se encontra disponível desde 2004. É suficiente que se efetue o cadastro no site da Universidade, para assim colaborar com o levantamento e estatísticas da utilização do serviço.

“Até o momento foram 4,3 milhões de downloads. A maior média é da área de humanidades e artes, com 1,6 milhão de downloads e 7.705 teses, média de 217 cópias por pesquisa. A média geral, considerando todas as áreas, é de 143 downloads por tese”, disse Luiz Atílio Vicentini, coordenador da Biblioteca Central Cesar Lattes e do Sistema de Bibliotecas da Unicamp.
Já passa de 20 milhões, as visitas ao site.

Em 2005 houve um "boom" nos acessos. Isso ocorreu em razão de o serviço ter sido indexado para o Google. “De 1 milhão naquele ano, a quantidade de visitas foi para mais de 3 milhões em 2006; em 2008 foram 6,5 milhões de acessos e, este ano, já temos mais de 5 milhões. Registramos picos de 30 mil visitas por dia”, disse Vicentini ao portal da universidade.
"De acordo com o coordenador, há mais de 800 mil usuários cadastrados. O último levantamento apontou quase 24 mil downloads por usuários de 73 países, com destaque para Espanha e Portugal".
Segundo a matéria, o estudo mais acessado, intitulado "O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula", foi apresentado por Regina Célia Grando na Faculdade de Educação e teve até o dia 13 de outubro 8.485 downloads e 43.784 visitas.
Mais informações acesse
http://libdigi.unicamp.br

O vídeo "Boca" está concorrendo no Fliporto 2009.

O vídeo Boca, com um poema de Brisa Paim, e montagem de Lis Paim, é um dos inscrito no concurso Poesia e Vídeo da Fliporto. Foi aceito e está entregue à votação popular.

Peço-lhe encarecidamente que o assista e, se possível, vote por ele.

É só clicar no endereço do festival:

http://www.fliporto.net/votacao2/#

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mostra Sururu de Capote na TV Educativa

A Mostra Sururu de Cinema Alagoano será exibida na programação da TV educativa, do dia 20 de outubro ao dia 30 de outubro, uma iniciativa inédita em nosso estado. Não perca! A produção alagoana bem mais perto de você.

TERÇA-FEIRA - 20 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição do filme:
1912 - O QUEBRA DE XANGÔ, de Siloé Amorim. 2007. 52 min, Doc.


QUARTA-FEIRA - 21 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição dos filmes:
ANDA, ZÉ PEQUENO, ANDA, de Kátia Regina Sena e Cássia Rejane Sena. 2008. 15 min, Doc.

IRAQUE - TERRA DA ESPERANÇA, de Douglas Nogueira. 2008 12 min, Doc.
O SANTO GUERREIRO DO POVO, de Pedro da Rocha. 2007. 22 min Doc.


QUINTA-FEIRA - 22 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição do filme:
CALABAR, de Hermano Figueiredo. 2007. 52 min, Doc.


SEXTA-FEIRA - 23 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição dos filmes:
PAPA SURURU, de Celso Brandão. 1990. 7 min Doc.
PONTO DAS ERVAS, de Celso Brandão. 1978. 11min, Doc.
MESTRE BENON: O TREME TERRA, de Nicolle Freire. 2006. 13 min, Doc.
CHIMARRÃO, RAPADURA, E OUTRAS ESTÓRIAS, de Rafhael Barbosa. 2008.
25 min, Doc.


SÁBADO - 24 DE OUTUBRO DE 2009

14 h - Exibição do filme:
DESALMADA E ATREVIDA, de Pedro da Rocha 2007. 26 min, Ficção.


DOMINGO - 25 DE OUTUBRO DE 2009

15 h - Exibição dos filmes:
NELSON: NOSLEN, de Thalles Gomes. 2005. 16 min, Ficção.
CONTOS DE PELÍCULA, de Larissa Lisboa. 2009. 16 min, Doc.

UMA LINHA, de Weber Bagetti. 2008. 5 min, Animação.
LAMENTOS, de Henrique Oliveira. 2009. 5 min Ficção.
!?, de Weber Bagetti. 2008. 7 min, Animação.


SEGUNDA-FEIRA - 26 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição do filme:
ESTRELAS RADIOSAS, de Pedro da Rocha. 2008. 55 min, Doc.

TERÇA-FEIRA - 27 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição dos filmes:
MIRANTE MERCADO, de Hermano Figueiredo. 2006 40 min, Doc.
A PAISAGEM E O MOVIMENTO, de Alice Jardim. 2007. 10 min, Doc.

QUARTA-FEIRA - 28 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição do filme:
HISTÓRIA BRASILEIRA DA INFÂMIA - PARTE 1, de Werner Salles. 2005. 55 min. Documentário.

QUINTA-FEIRA - 29 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição dos filmes:
CONVERSA DE PESCADOR, de Pablo Gomes. 2007. 25 min, Doc.
O HOMEM, O RIO E O PENEDO, de Werner Salles. 2009. 30 min, Doc.


SEXTA-FEIRA - 30 DE OUTUBRO DE 2009
19h - Exibição do filme:
AREIAS QUE FALAM, de Arilene Castro. 2009. 55 min, Doc.

Fonte: Entremeios Culturais.

Justiça Militar reconhece união estável entre homossexuais

Deu no site do Jornal Jurid, que um dos últimos bastiões do conservadorismo começa a se abrir aos horizontes da liberdade, constitucionalmente garantida.

Liberdade de ser, de escolher e de ser respeitado.
"O Superior Tribunal de Justiça Militar reconheceu a união entre pessoas do mesmo sexo e decidiu que todos os servidores homossexuais da Justiça Militar têm o direito de incluir seus parceiros no plano de saúde", diz a matéria. Não obstante a impropriedade dos termos, o que vale é a intenção, de se fazer justiça, dando passos no reconhecimento de que todos os seres humanos são iguais em direitos e merecem respeito independente de suas diferenças.
"A ordem deverá ser efetivada pelo Conselho Deliberativo do Plano de Saúde da Justiça Militar da União (PLAS/JMU) nos próximos dias. A decisão do STM foi tomada nessa quinta-feira (8/10) no julgamento de Questão Administrativa remetida ao tribunal pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal de Minas Gerais.
Ao votar, a ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, relatora, disse que a assistência à saúde é um direito garantido pela constituição Federal, responsável por resguardar os princípios da igualdade e do respeito às diferenças. A relatora citou decisões recentes do STF, STJ e Conselho Nacional de Justiça, que também estenderam o benefício a seus servidores. De acordo com a ministra Maria Elizabeth, a união homoafetiva como grupo familiar, quando demonstra estabilidade e finalidade de constituir família, é reconhecida por leis e decisões judiciais em vários países.
O ministro Flávio Bierrenbach disse que a decisão foi uma sinalização importante da Justiça Militar, considerada muito conservadora para certas questões. "Se fosse há 25 anos, nem se tocava no assunto, era tabu. Nessa quinta, votamos com a maior naturalidade e foi aprovado. É uma sinalização importante que mostra ao conjunto do Judiciário que este tribunal (STM), embora seja o mais antigo do pais, está aberto a novas idéias", disse o ministro".
PORQUE TEMOS DIREITO DE SER DIFERENTES E, AINDA ASSIM, RESPEITADOS, NÉ?

domingo, 18 de outubro de 2009

Maceió regulamenta lei contra a homofobia.

O prefeito de Maceió, Cícero Almeida, assinou na quinta-feira, o decreto que regulamenta a Lei nº 4.667, de 23 de novembro de 1997, estabelecendo sanções às práticas discriminatórias a livre orientação sexual dos maceioenses, no auditório da prefeitura de Maceió, no bairro de Jaraguá. Na solenidade, estavam secretários e outras autoridades, além de representantes de grupos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros).

Em seu discurso o prefeito Cícero Almeida destacou que a discriminação acontece em vários setores da sociedade. “Infelizmente podemos ver isso no dia á dia, mas apesar de tudo devemos trabalhar para que possamos acabar com certos preconceitos”.Segundo o representante Júlio Daniel, da Ong Afinidades GLSTAL, esse momento é de grande importância, pois o decreto define claramente cada ponto do que seria discriminar alguém por causa da orientação sexual, “Para nós, é uma referência e o poder público passa a ter conhecimento”, conclui.

De acordo com o decreto as punições vão desde a advertência à cassação do alvará do estabelecimento em caso de reincidência.
Entre os pontos do decreto está a elaboração de informativo a respeito dos direitos relacionados à livre orientação sexual, das eventuais infrações, assim como dos mecanismos de denúncia.

O secretário Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária e Cidadania, Pedro Montenegro explica como será a metodologia de apuração e comprovação das denúncias, ”elas serão encaminhadas à secretaria municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania que fará a apuração sumária da veracidade dos fatos, havendo indícios mínimos de veracidade e sendo o denunciado estabelecimento privado, o Conselho Municipal de Direitos Humanos e Segurança Comunitária deverá encaminhar a denúncia a Secretaria Municipal de Controle do Convívio Urbano, órgão municipal responsável por Licenciamento e Fiscalização no âmbito municipal”.

"Esperamos que não haja a necessidade de notificar ou fechar nenhum estabelecimento, mas se for necessário a prefeitura fará isso", conclui o secretário.


Obs.: Essa lei é uma resposta consistente para todos os entes públicos que cruzam os braços dizendo que apenas com leis federais regulamentando o crime de homofobia seria possível combater essa prática.

Fonte: do blog Mundo em Movimentos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Tambores sagrados pedem respeito!

No dia 15 DE OUTUBRO, em repúdio a invasão da polícia ao Terreiro do Babalorixá Francisco, o Movimento Religioso de Matriz Africana em Allagoas estará concentrado em frente à Procuradoria do Estado, dizendo NÃO, À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA. Às 9h se inícia a audiência deste caso em especial, porém já foram 9 só este ano. Junte-se ao som dos nossos atabaques. Venha você também participar deste momento pelo qual os tambores não silenciam. Dia 15 de outubro, às 9h, em frente a Procuradoria do Estado. Compareça de branco (de preferência).

Até lá. Axé!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Passeio Socrático

Recebi por email, e era atribuído à Frei Beto.
Ainda que não seja, que nessas indicações virtuais nem sempre temos certeza, o texto vale muito à pena.

PASSEIO SOCRÁTICO
Por Frei Beto


Ao visitar em agosto a admirável obra social de Carlinhos Brown, no Candeal, em Salvador, ouvi-o contar que na infância, vivida ali na pobreza, ele não conheceu a fome. Havia sempre um pouco de farinha, feijão, frutas e hortaliças. “Quem trouxe a fome foi a geladeira”, disse.

O eletrodoméstico impôs à família a necessidade do supérfluo: refrigerantes, sorvetes etc. A economia de mercado, centrada no lucro e não nos direitos da população, nos submete ao consumo de símbolos. O valor simbólico da mercadoria figura acima de sua utilidade. Assim, a fome a que se refere Carlinhos Brown é inelutavelmente insaciável.

É próprio do humano - e nisso também nos diferenciamos dos animais - manipular o alimento que ingere. A refeição exige preparo, criatividade, e a cozinha é laboratório culinário, como a mesa é missa, no sentido litúrgico.

A ingestão de alimentos por um gato ou cachorro é um atavismo desprovido de arte. Entre humanos, comer exige um mínimo de cerimônia: sentar à mesa coberta pela toalha, usar talheres, apresentar os pratos com esmero e, sobretudo, desfrutar da companhia de outros comensais.

Trata-se de um ritual que possui rubricas indeléveis. Parece-me desumano comer de pé ou sozinho, retirando o alimento diretamente da panela.

Marx já havia se dado conta do peso da geladeira. Nos “Manuscritos econômicos e filosóficos” (1844), ele constata que, “o valor que cada um possui, aos olhos do outro, é o valor de seus respectivos bens”.

Portanto, em si o homem não tem valor para nós. “O capitalismo de tal modo desumaniza que já não somos apenas consumidores, somos também consumidos. As mercadorias que me revestem e os bens simbólicos que me cercam é que determinam meu valor social”.

Desprovido ou despojado deles, perco o valor, condenado ao mundo ignaro da pobreza e à cultura da exclusão.

Para o povo maori da Nova Zelândia cada coisa, e não apenas as pessoas, têm alma. Em comunidades tradicionais de África também se encontra essa interação matéria-espírito. Ora, se dizem a nós que um aborígene cultua uma árvore ou pedra, um totem ou ave, com certeza faremos um olhar de desdém.

Mas quantos de nós não cultuam o próprio carro, um determinado vinho guardado na adega, uma jóia?

Assim como um objeto se associa a seu dono nas comunidades tribais, na sociedade de consumo o mesmo ocorre sob a sofisticada égide da grife.

Não se compra um vestido, compra-se um Gaultier; não se adquire um carro, e sim uma Ferrari; não se bebe um vinho, mas um Château Margaux. A roupa pode ser a mais horrorosa possível, porém se traz a assinatura de um famoso estilista a gata borralheira transforma-se em cinderela.

Somos consumidos pelas mercadorias na medida em que essa cultura neoliberal nos faz acreditar que delas emana uma energia que nos cobre como uma bendita unção, a de que pertencemos ao mundo dos eleitos, dos ricos, do poder. Pois a avassaladora indústria do consumismo imprime aos objetos uma aura, um espírito, que nos transfigura quando neles tocamos. E se somos privados desse privilégio, o sentimento de exclusão causa frustração, depressão, infelicidade.

Não importa que a pessoa seja imbecil. Revestida de objetos cobiçados, é alçada ao altar dos incensados pela inveja alheia. Ela se torna também objeto, confundida com seus apetrechos e tudo mais que carrega nela, mas, não é ela: bens, cifrões, cargos etc.

Comércio deriva de "com mercê", com troca. Hoje as relações de consumo são desprovidas de troca, impessoais, não mais mediatizadas pelas pessoas.

Outrora, a quitanda, o boteco, a mercearia, criavam vínculos entre o vendedor e o comprador, e também constituíam o espaço das relações de vizinhança, como ainda ocorre na feira.

Agora o supermercado suprime a presença humana. Lá está a gôndola abarrotada de produtos sedutoramente embalados. Ali, a frustração da falta de convívio é compensada pelo consumo supérfluo. "Nada poderia ser maior que a sedução" - diz Jean Baudrillard - "nem mesmo a ordem que a destrói."

E a sedução ganha seu supremo canal na compra pela internet. Sem sair da cadeira o consumidor faz chegar à sua casa todos os produtos que deseja.

Vou com freqüência a livrarias de shoppings. Ao passar diante das lojas e contemplar os veneráveis objetos de consumo, vendedores se acercam indagando se necessito algo. "Não, obrigado. Estou apenas fazendo um passeio socrático", respondo. Olham-me intrigados. Então explico: Sócrates era um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo. Também gostava de passear pelas ruas comerciais de Atenas. E, assediado por vendedores como vocês, respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz".
Related Posts with Thumbnails